Pergunta:
Como se forma o plural de meia-noite? "Meias-noites"? É uma palavra invariável em número?Resposta:
O plural do substantivo meia-noite é meias-noites, não se tratando, portanto, de palavra invariável em número.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Português e Inglês, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; mestre em Estudos Anglo-Portugueses; doutorada em Estudos Portugueses, especialidade de Ensino do Português; docente do ensino superior politécnico; colaboradora dos programas da RDP Páginas de Português (Antena 2) e Língua de Todos (RDP África). Autora, entre outras obras, do livro Indicações Práticas para a Organização e Apresentação de Trabalhos Escritos e Comunicações Orais ;e coautora dos livros SOS Língua Portuguesa, Quem Tem Medo da Língua Portuguesa, Gramática Descomplicada e Pares Difíceis da Língua Portuguesa e Mais Pares Difíceis da Língua Portuguesa.
O plural do substantivo meia-noite é meias-noites, não se tratando, portanto, de palavra invariável em número.
Na transposição do discurso directo para o discurso indirecto, o imperativo passa a ser substituído pelo modo conjuntivo. Contudo, algumas, poucas, gramáticas também referem o infinitivo (pessoal ou impessoal?).
«O farmacêutico disse:
— Espera a tua vez, menino!»
Este exemplo poderá dar origem à frase seguinte: «O farmacêutico disse ao menino para esperar a sua vez», ou «O farmacêutico disse para esperar a sua vez»?
São frases gramaticalmente correctas e a sua estrutura é própria de um registo de língua normal (padrão)?
Obrigada pela atenção.
Com efeito, pode ser considerado mais correcto o uso do modo conjuntivo para substituir, no discurso indirecto, o imperativo. Por exemplo, «— Espera a tua vez, menino!» passa a «O farmacêutico disse ao menino que esperasse a sua vez.»
No entanto, em linguagem corrente/oral, é mais frequente empregar-se o infinitivo pessoal («O farmacêutico disse ao menino para esperar a sua vez.»), sendo o conjuntivo usado num regiso mais formal/escrito.
Qual é o radical das palavras patrimônio, apadrinhar, padronizar e padroeiro. Elas têm algo em comum?
Património vem do nome latino patrimonium, que significava o «conjunto de bens pertencentes ao pater» (segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
Apadrinhar é uma palavra derivada do radical padrinho, ao qual foram acrescentados o prefixo a- e o sufixo -ar, para criar o verbo a partir do substantivo. O radical padrinho, por sua vez, vem do latim vulgar patrinus, também proveniente da raiz pater.
Padronizar tem por étimo o substantivo padrão, na forma padron-, à qual se agregou o sufixo -izar. O termo padrão provém, igualmente, da palavra latina pater.
Padroeiro tem a mesma origem latina, porque tem por base o nome patronus (+ -eiro), sendo este nome um outro derivado de pater.
E o que significava pater, que é o étimo comum a todas as palavras em causa?
O dicionário acima citado explica que pater significava «"pai" (com um valor mais social e religioso do que de simples paternidade física)».
Deste conceito partiram inúmeras derivações em vernáculo, com significados tão diversos como «pai; avô ou antepassado; fundador; benfeitor»; e também «patrono, protector dos plebeus; advogado, defensor»; ou ainda «modelo», entre muitos outros.
Assim se compreende, portanto, que termos tão distintos tenham a mesma origem.
Ao pronunciar-se vejo ("véjo") está a cometer-se algum erro linguístico?
Obrigada.
Embora a pronúncia-padrão da forma verbal vejo seja [vâijo], é sabido que, nos diferentes dialectos e falares que a língua portuguesa engloba, esta, como tantas outras palavras, tem realizações diversas, como [vêjo] ou [véjo].
Não se pode, portanto, dizer que os falantes que pronunciam a palavra de acordo com o respectivo dialecto, ou variação regional, estão a cometer um erro linguístico.
Como se deve pronunciar a cidade norte-americana Miami: /maiami/ ou "à portuguesa" /Miami/?
Nunca ouvi pronunciar-se o nome da cidade norte-americana Miami “à portuguesa”. A pronúncia /maiami/ é a realização fonética mais natural e, tanto quanto sei, a mais frequente entre os falantes de português europeu.
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