Sandra Duarte Tavares - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Sandra Duarte Tavares
Sandra Duarte Tavares
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É mestre em Linguística Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É professora no Instituto Superior de Comunicação Empresarial. É formadora do Centro de Formação da RTP e  participante em três rubricas de língua oortuguesa: Agora, o Português (RTP 1), Jogo da Língua  e Na Ponta da Língua (Antena 1). Assegura ainda uma coluna  mensal  na edição digital da revista Visão. Autora ou coa-autora dos livros Falar bem, Escrever melhor e 500 Erros mais Comuns da Língua Portuguesa e coautora dos livros Gramática Descomplicada, Pares Difíceis da Língua Portuguesa, Pontapés na Gramática, Assim é que é Falar!SOS da Língua PortuguesaQuem Tem Medo da Língua Portuguesa? Mais Pares Difíceis da Língua Portuguesa e de um manual escolar de Português: Ás das Letras 5. Mais informação aqui.

 
Textos publicados pela autora

Pergunta:

Relativamente à frase que se segue, «Na minha casa, o mês mais importante é dezembro, porque foi quando eu nasci», gostaria de saber quantas orações estão presentes na frase e porquê.

Julgo que são três, uma vez que nela estão inseridos três verbos conjugados em tempos finitos. No entanto, gostaria de ter uma opinião suplementar.

Resposta:

A frase que apresenta tem apenas duas orações:

1.ª oração (subordinante): «Na minha casa, o mês mais importante é dezembro»

2.ª oração (subordinada adverbial causal/explicativa): «porque foi quando eu nasci»

A forma verbal foi ocorre numa estrutura de clivagem, à semelhança das seguintes construções:

a) «Foi o João que nasceu em dezembro.»

b) «O João foi quem nasceu em dezembro.»

c) «Quem nasceu em dezembro foi o João.»

d) «O João é que nasceu em dezembro.»

e) «Em dezembro foi quando o João nasceu.»

Pergunta:

Deparei-me certo dia com a seguinte estrutura frásica: «Se o livro for estimulante, eu o lerei.» Daí me perguntei qual a função morfossintática do termo estimulante. Penso que seja adjetivo e predicativo.

Gostaria da opinião deste prezado site.

Resposta:

O adjetivo estimulante predica o sujeito livro, pelo que desempenha, efetivamente, a função sintática de predicativo do sujeito.

Disponha sempre!

Pergunta:

À luz do novo acordo ortográfico, passa a escrever-se ecoescola em vez de eco-escola?

Resposta:

À luz do novo Acordo Ortográfico, deve escrever-se: ecoescola, tal como já se escrevia antes do AO.

Conforme indicado na Base XVI, artigo 2.º, alínea b), não se emprega o hífen:

«Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente, prática esta em geral já adotada também para os termos técnicos e científicos. Assim: antiaéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.» 

Pergunta:

Tenho dúvidas no uso do hífen na palavra infra-som/infrassom. No site da Porto Editora, dizem que se escreve infrassom, e no Ciberdúvidas, infra-som.

Podem esclarecer-me?

Resposta:

Esta palavra sofreu alteração com o novo Acordo Ortográfico, pelo que atualmente se escreve aglutinadamente: infrassom.

Como existe já uma resposta sobre alteração da grafia deste tipo de compostos (e a respetiva regra), aconselha-se a sua consulta.

Pergunta:

No composto co-colaborador usa-se o hífen?

Resposta:

Não. A palavra escreve-se aglutinadamente: cocolaborador.

O prefixo co- só se associa por hífen à palavra-base se esta começar por h, como por exemplo em co-herdeiro.

Segundo o novo Acordo Ortográfico, não se usa hífen nas palavras derivadas cujo prefixo ou radical de composição termina em vogal e o elemento seguinte começa por consoante, e sempre que não haja problemas de leitura: agropecuária, infravermelhos, biogenética, codelinquente, etc.