Publicado conjuntamente pelas Edições Húmus e pelo Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM), este é um livro constituído por «doze estudos, vários já previamente publicados e alguns inéditos», com a cordenação de três investigadores galegos – Carlos Pazos-Justo, Maria de Jesus Botana Vilar e Gabriel André – que dão relevo à coincidência dos textos reunidos, que «de diferentes perspetivas e áreas académicas, abordam, digamos, matéria galego-portuguesa».
O volume materializa assim um contraponto com outra coletânea que juntou artigos de académicos galegos e portugueses e que se intitula Portugal e(m) Nós, lançado em 2019, pela referida editora.
Como assinalam os coordenadores, «está reunido nesta coletânea [...] um conjunto de trabalhos das Ciências Socias e Humanas que de alguma forma são um indício dos interesses de investigação que a Galiza tem despertado em Portugal.» E acrescentam: «[São] contributos diversos, e até divergentes, traduzem a pluralidade de interesses, motivações ou caminhos vinculados à Galiza no Portugal das últimas décadas. A abordagem da matéria galega, como se poderá ver, não é unívoca, nem o contrário. E ainda bem.»
Sobre a estrutura, observa-se igualmente no prefácio:
«Não sem algumas dúvidas, organizamos o livro em quatro blocos temáticos – Do passado; Das imagens e ideias; Da língua e literatura; e Do passado no presente – de forma a facilitar, porventura, a leitura. Todos os trabalhos, no entanto, têm uma lógica autónoma e, na maioria dos casos, respondem a linhas de pesquisas com maior ou menor percurso investigador e se apresentam, note-se, como mais académicos e menos divulgativos.»
No conjunto selecionado, há trabalhos inéditos – caso do de Marco Neves – e outros que são republicados – como acontece com a participação de Fernando Venâncio.
Uma obra que permite saber mais e refletir sobre a situação linguística da Galiza, cujo idioma patrimonial conserva tanta afinidade com o português. Trata-se, portanto, de uma boa introdução à longa discussão sobre a personalidade linguística galega e o papel que a Galiza tem e pode desempenhar como entidade geolinguística próxima mas diversa do universo dos países e comunidades de língua portuguesa.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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