Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Controvérsias
Polémicas em torno de questões linguísticas.
Como a linguagem neutra<br> virou guerra cultural no Brasil
O viés masculino na linguagem

Como o movimento feminista contra o «viés masculino na linguagem» virou um verdadeiro campo de batalha linguístico no Brasil, à volta do uso de «todes» em vez de «todos» e  a recusa de termos masculinos que se refiram a grupos de pessoas de géneros distintos. 

 Trabalho da BBC News, com a data de 7 julho 2023. Transcrito integralmente do original, com a devida vénia.

Afinal o que é a linguagem inclusiva?
Cinco perguntas e respostas

«Que espaço há na língua portuguesa para mudança? Para mais inclusão? O Expresso foi ouvir especialistas em linguística sobre este assunto.»

Texto da jornalista Rita Monarca Almeida publicado na edição digital do semanário Expresso em 30 de junho de 2023.

 

Maluquices das traduções de português…<br> para português

«Como soaria Drummond de Andrade aportuguesado? E Fernando Pessoa abrasileirado? Há termos que desconhecemos?»

Artigo do jornalista português Nuno Pacheco, transcrito do Público do dia 14 de junho de 2023. Escrito segundo a norma ortográfica de 1945. 

Luís de Camões e «outra coisa»
A propósito da comemoração do 10 de Junho em Portugal

«Todos conhecemos o famoso verso do Canto VII d' Os Lusíadas: «numa mão sempre a espada e noutra a pena», com que Camões se descreve a si próprio. A maior parte da pessoas pensa: ah, pois! O grande herói da Índia, dos Descobrimentos, do Império! A espada e a pena, as armas e as letras! Só que não é nada disso. A espada de que fala Camões é outra espada.»

Apontamento do professor universitário, classicista, tradutor e escritor Frederico Lourenço a propósito da passagem de mais um 10 de Junho e dos tabus que rodeiam a interpretação da obra épica de Luís de Camões.

 

 Lembrar Luís de Camões, <br> «numa época de apoucamento da língua»
A propósito do 10 de Junho

«Referir Luís de Camões implica forçosamente falar da Língua Portuguesa, com o mal-estar que ressalta de ser ostensivamente tão mal-amada por “gente surda e endurecida” que se pavoneia pelo Poder e outros lugares. Confirma-o o privilégio dado ao texto utilitário em detrimento do literário, de que é exemplo o estudo do poeta, lírico e épico.» Considerações de Maria do Carmo Vieira, professora de Português, tecendo críticas ao que ela considera «o caos no ensino do Português», a propósito do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, festejado em 10 de junho. Artigo de opinião incluído em 8 de junho de 2023 no jornal Público. Transcreve-se aqui, com a devida vénia o texto, mantendo a norma ortográfica de 1945, seguida pela autora.

Língua e inteligência artificial
Previsibilidade, democratização, padrões linguísticos e criatividade humana

Vídeo do professor universitário, tradutor e divulgador de temas linguísticos Marco Neves, que propõe uma reflexão, com importantes esclarecimentos, sobre um tema que em 2023 tem concentrado as atenções: a investigação em inteligência criativa e as novas ferramentas surgidas, como o ChatGPT.

<i>Você</i>
Uma questão de (des)educação

«Não gosto e reajo mal se o você me for dirigido por pessoa de elevado estatuto socioprofissional como são, entre muitos outros, os juízes, nos tribunais, ou médicos, nos centros de Saúde e hospitais. Nestas instituições a que o cidadão acorre em situação de debilidade, não só física, mas também e sempre, psicológica, esse você frio e distante, saído da boca do clínico, tantas vezes um jovem face ao doente, constitui um abuso desnecessário e feio.» 

 Apontamento do professor universitário português jubilado M. A. Galopim de Carvalho na sua página no Facebook, maio de 2023.

«Vossa mercê» – <i>vossemecê</i><br> – <i>vosmecê</i> – <i>você</i>
Sobre as formas de tratamento e o respeito mútuo

«Quanto à população em geral, são sobretudo os mais velhos e os culturalmente mais instruídos e menos influenciáveis que ainda consideram o pronome de tratamento você como uma forma menor, a ser utilizada quando existe alguma intimidade ou proximidade entre os interlocutores, e apenas em situações de “igual para igual” ou “superior para inferior”» – observa Yann Sèvegrand, docente de Português dos ensinos básico e secundário, no concelho de Montalegre, a propósito das atitudes e dos comportamentos subjacentes ao sistema de formas de tratamento do português em Portugal. Reflexão originalmente publicada no jornal eletrónico Diário Atual, em 11 de março de 2011.

 

As “fake news” na linguística
A categoria de género no funcionamento das línguas

«O que ocorreu na verdade, como já expus várias vezes, é que o latim tinha três gêneros, masculino, feminino e neutro. E podia, eventualmente, fazer a concordância plural no gênero neutro. Só que, por razões meramente fonéticas, o gênero neutro e o masculino se fundiram no latim vulgar ainda antes da passagem do latim ao português. Portanto, o gênero masculino assumiu as funções que antes eram do neutro.»

Apontamento do linguista brasileiro Aldo Bizzocchi, publicado na sua páginna no  Facebook, Diário de um Linguista, com a data de 24 de maio de 2023. 

«Meio ambiente» é pleonasmo vicioso?
Alguns aspetos da história desta locução

«Compreende-se que, do ponto de vista terminológico, a bem do rigor e da capacidade de síntese da comunicação científica, se empregue ambiente e se rejeite "meio ambiente"» – começa por dizer o consultor Carlos Rocha sobre a locução nominal «meio ambiente», que é vista por alguns como um pleonasmo vicioso mas que pode encontrar legitimidade na história da língua.