Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Um caso de falta de atenção às regras de formação do plural e à sua utilização — aqui apontado pelo jornalista Wilton Fonseca, na sua coluna Ponto do i, no diário i, de 2/12/2011.

 

Que não haja dúvidas: o Governo [português] é pluralista e plural. Só nomes plurais foram nele admitidos: é o Passos, o Portas, o Relvas, a Cristas, o Santos (Pereira), o (Mota) Soares.

A decisão de a RTP deixar de garantir o financiamento da emissão em português no único canal de televisão europeu colocaria Portugal «não na segunda, mas na terceira divisão da competição linguística europeia, atrás, pelo menos, de 12 outras línguas» escreve, e insurge-se, o presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, do parlamento português. Artigo publicado no jornal Público de 28/11/2011.

Palavras de uso menos corrente...

«Não con­sigo com­pre­en­der como é tão neces­sá­rio recor­rer a estran­gei­ris­mos (…) para expor ideias e opi­niões. (…) Com­pro o jor­nal e não per­cebo o que lá vem escrito.» À queixa-crítica de um leitor do diário português “Público”, responde o respetivo provedor, na sua crónica de 27/11/2011, que a seguir se transcreve na íntegra, com a devida vénia.

Um poema retirado de A Matéria do Poema, do poeta português Nuno Júdice, num tom informal e leve, sobre a importância do verbo (principal e auxiliar) e da voz (ativa e passiva) no discurso e o valor expressivo dos modos e dos tempos das diferentes conjugações.

 

 

Principal ou auxiliar, é o verbo que faz mover

o discurso, dando à existência a sua qualidade

activa, e transformando-a no ser idêntico

que reúne em cada sujeito e estado, sem

distinguir uma ideia de outra. Porém, a

Redundâncias

Algumas das redundâncias mais repetidas nos media portugueses. «[São] como os juros que os bancos nos pagam pelos nossos depósitos (à ordem ou a prazo). Não acrescentam nada ao capital inicial. Um investimento linguístico a evitar.» Crónica do jornalista Wilton Fonseca no jornal i de 25/11/20011, que aqui se transcreve na íntegra, com os devidos agradecimentos ao autor e ao matutino lisboeta.

 

Veio no jornal: «Testemunhas oculares garantiram ontem ter visto entrar na Somália tropas da Etiópia.»

«Ao contrário de muitos neologismos que diariamente são criados, as malabarices já nasceram “naturalizadas”, com grafia, som e significado que não ferem os usos e costumes», escreve Wilton Fonseca, na sua coluna semanal do diário "i", a propósito do mais recente neologismo entrado no léxico político português.

 

Uma incorreção sintáttica

Um texto de Sandra Duarte Tavares, ainda à volta da (errada) utilização do verbo abusar na voz passiva, nos media portugueses.

Crónica do jornalista Ferreira Fernandes, à volta de uma palavra recém-entrada no léxico político português. In Diário de Notícias de 11/11/2011.

 

Com o gosto do Parlamento [português] por discussões que dão sono, almofada entrou no debate político. Miguel Relvas deitou a palavra à discussão e [António José] Seguro repousou nela as esperanças socialistas. Até que (…) Passos Coelho tirou o assunto da cabeceira: «Este Orçamento não tem almofadas.»

 

 

Numa admirável crónica no Expresso, Miguel Sousa Tavares descreveu a angústia do jornalista que quer “fechar” o seu artigo, mas sabe que a qualquer momento pode surgir um desenvolvimento importante.

A propósito das notícias sobre a greve que envolveu os trabalhadores da companhia aérea australiana Qantas, o exame atento de alguns serviços informativos em português revela que a forma de pronunciar esta denominação pode variar:

– Nas televisões portuguesas, ouve-se pronunciar “cantas”, dando ao q o valor de c na palavra canto (ver também aqui).