Frase apresentada:
(a) A criança apanhou da mãe.
O verbo apanhar significa aqui levar pancada, isto é, levar uma bofetada/tareia/sova/tosa, etc.
A frase está incompleta, porque lhe falta o complemento directo. Mas está correcta.
Completemo-la:
(b) A criança apanhou tareia da mãe.
O verbo (apanhou) está na voz activa, como não pode deixar de ser. Compreende-se perfeitamente que assim é, se substituirmos apanhou, na frase (b), por um verbo de significação idêntica:
(c) A criança recebeu (voz activa) tareia da mãe.
Por tudo isto verificamos que na frase (a) o verbo está na voz activa.
Passando à voz passiva a frase (c), teríamos:
(d) [A] tareia foi recebida da mãe pela criança.
É uma frase gramaticalmente correcta, mas que não se costuma dizer.
Do mesmo modo, a frase (a) na voz passiva seria:
(e) [Tareia] da mãe foi apanhada pela criança.
Esta é uma frase gramaticalmente correcta, mas não aceitável, porque ninguém a diz, mas serve, tal como as frases (c) e (d), para compreendermos perfeitamente que a frase (a) está na voz activa.