«(...) Há tantos outros recursos interessantes na língua escrita para realçar um ponto na frase... Precisamos conhecer esses pirlimpimpins. (...)»
Sabe quando você está trocando ideia com alguém e decide realçar/enfatizar alguma palavra, alguma sílaba, para gerar um efeito de sentido mais intenso num determinado ponto da sua fala? Então, normalmente fazemos isso esticando as sílabas ou aumentando o tom de voz, né?
Agora, e na escrita? Existem ferramentas que nos ajudam nisso também?
Sim! (Olha o ponto de exclamação.)
A nossa língua é tão sofisticada, que nos dá instrumentos para focalizar, intensificar uma ideia na escrita.
Um desses recursos são as «expressões ou partículas expletivas».
Veja só a diferença de realce/ênfase/intensidade entre os pares de frases abaixo:
1 — Afinal, o que É QUE ela faz aqui?
É mais enfático que um simples «O que ela faz aqui?».
2 — Não quero mais saber. Vou-ME embora amanhã!
É mais enfático que um simples «Vou embora amanhã!».
3 — Nossa! Se não aguenta a pressão, QUE fique em casa.
É mais enfático que um simples «Se não aguenta a pressão, fique em casa».
4 — Vejam SÓ que palhaçada!
É mais enfático que um simples «Vejam que palhaçada!».
5 — Olha LÁ o que você vai falar…
É mais enfático que um simples «Olha o que você vai falar...».
6 — Paulo deseja É casar este ano.
É mais enfático que um simples «Paulo deseja casar este ano».
7 — SÃO as pessoas QUE devem cobrar os seus direitos.
É mais enfático que um simples «As pessoas devem cobrar os seus direitos».
Há tantos outros recursos interessantes na língua escrita para realçar um ponto na frase... Precisamos conhecer esses pirlimpimpins.
É por isso que (olha a expressão expletiva!), quanto mais conhecemos nossa língua, mais conseguimos expressar as nossas ideias com o realce necessário para comunicarmos nossos sentimentos.
Apontamento do gramático brasileiro Fernando Pestana incluído no mural Língua e Tradição (Facebook, 27/08/2023).