Há dias – como este, referido pelo jornalista Wilton Fonseca (in jornal i de 23/12/2011 – em que a televisão portuguesa é um festival de erros e disparates.
Sou daqueles que pensam que a informação da RTP tem melhor qualidade do que a da TVI ou da SIC; como muitos, sigo com preocupação a discussão sobre o futuro da estação.
É preciso reconhecer que em poucos minutos de noticiário nos canais privados é possível observar mais erros de português do que na totalidade do infindável telejornal com que a RTP nos tortura, todas as noites, no seu canal principal.
Mas há dias e dias. E dias há em que a televisão pública não consegue acertar. Numa noite da semana passada, fomos obrigados a ver o apresentador do telejornal gritar «não tenho nada, não tenho nada», sem saber que já estava no ar. Pouco depois anunciou uma das peças do dia, tendo passado a emissão a um repórter, que se viu grego para informar o público de que «a parcela mais importante são a parcela», sem conseguir dizer aquilo que queria, e que parece simples e óbvio: à habitação corresponde a maior parcela dos gastos das famílias portuguesas. A emissão voltou ao apresentador, que novamente se baralhou com a "parcela". Pior do que isto só mesmo a TVI: um seus repórteres afirmou, para quem quisesse ouvir, que um casal "viviam" em determinada rua.
Há dias e dias. E dias há em que mais valia não ligar a televisão, para poder escapar ao festival.
In jornal i, de 23 de dezembro de 2011, sob o título original Dias e dias, na crónica semanal do autor, Ponto do i, que assinala alguns erros na escrita jornalística, em Portugal