Um caso de falta de atenção às regras de formação do plural e à sua utilização — aqui apontado pelo jornalista Wilton Fonseca, na sua coluna Ponto do i, no diário i, de 2/12/2011.
Que não haja dúvidas: o Governo [português] é pluralista e plural. Só nomes plurais foram nele admitidos: é o Passos, o Portas, o Relvas, a Cristas, o Santos (Pereira), o (Mota) Soares.
Ah, ah! Dirá o leitor atento e informado. E os outros? O Vítor Gaspar, por exemplo? E a resposta é: atente-se ao nome completo do ministro. Um dos seus nomes de família é Seixas. Cá está o plural (uma pesquisa indicará também que é primo direito de Francisco Louçã, mas isto é outra forma de pluralismo).
Perguntará ainda o leitor: e em Miguel Macedo, onde está o plural? No seu nome completo, é novamente a resposta. Ali também figura um Martins; o mesmo acontece com Nuno Crato, onde educadamente fomos encontrar um Arrobas; e nem José Pedro Aguiar Branco escapa à regra, já que o seu pai pertence à família Neves.
Provado inquestionavelmente que o Governo aderiu de alma e coração ao pluralismo político e linguístico, não resta aos jornalistas outro caminho que não seja uma redobrada atenção às regras de formação do plural e à sua utilização. É que de vez em quando acontecem coisas estranhas nos cérebros dos profissionais da informação e nos seus computadores, a ponto de deixarem escapar frases como esta, lida há dias, quando uma ventania quase deitou abaixo o aeroporto de Faro e com ele o prestígio do turismo algarvio: «Vento e chuva intensa derrubaram teto e provocou pânico.» É verdade. Provocou pânico – generalizado – entre os leitores do jornal.
In jornal i, de 2 de dezembro de 2011, sob o título original Plural, na crónica semanal do autor, Ponto do i, que assinala alguns erros na escrita jornalística, em Portugal