1. A propósito da atualidade brasileira e da palavra-chave (hashtag*) #Elenão, a professora e linguista Carla Marques, em O nosso idioma, desvela o muito que está para lá da categorização gramatical de não. Na mesma rubrica, o jornalista e escritor brasileiro Ruy Castro, evocando Tom Jobim (1927-1994), revela a etimologia de algumas palavras como botequim e bossa, tão ligadas ao movimento da Bossa Nova (texto originalmente publicado no Diário de Notícias de 21/10/2018). Finalmente, ainda em O nosso idioma, a consultora linguística Sandra Duarte Tavares dá pistas para lidar com os verbos despoletar, discriminar, deferir e outros igualmente traiçoeiros (artigo saído na edição digital da revista Visão de 19/10/18).
* Hashtag é o anglicismo comummente usado para denominar os «[...] termos associados a uma informação, tópico ou discussão que se deseja indexar de forma explícita no aplicativo Twitter, e também adicionado ao Facebook, Google+, Youtube e Instagram» (artigo Hashtag, versão em português da Wikipédia, consultada em 24/10/2018). Contudo, em português, está disponível o termo palavra-chave, que o poderá substituir; outro termo adequado será etiqueta, imitando o castelhano etiqueta, que a Fundéu-BBVA (23/08/2017) recomenda como alternativa a hashtag.
2. Será que chamar arroba ao sinal @ é uma novidade da mesma ordem que o seu uso como marcador gráfico de dois géneros, como acontece na forma tod@s (equivalente a «todos e todas»)? A resposta faz parte da nova atualização do consultório, que inclui também duas perguntas sobre sintaxe –sobre a opção entre nem e ou, e a regência de medo –, outra sobre conjugação verbal – mais concretamente, acerca do auxiliar haver – e uma última sobre o contraste entre inovar e renovar.
3. Sobre os programas produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa, da presente semana:
– O Língua de Todos, transmitido pela RDP África, na sexta-feira, dia 26 de outubro, às 13h15* (com repetição no sábado, 27/10), acompanha Hugo Barreto, da Fundação Roberto Marinho, numa visita guiada à exposição A Língua Portuguesa em Nós, que, trazida de São Paulo, esteve patente entre 6 e 21/10/2018 no Museu Arte, Arquitectura, Tecnologia (MAAT), entre em Lisboa**.
– no Páginas de Português, emitido na Antena 2, no domingo, 28 de outubro, às 12h30* (com repetição no sábado seguinte, 3/11, pelas 15h30), é entrevistado Francisco Topa, professor associado do Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que, a propósito da sua intervenção nas XI Jornadas de Atualização Docente de Português como Língua Estrangeira, a realizar em 27/10/2018, em Santiago de Compostela, fala do tema deste encontro – "Os textos literários como ferramenta para o ensino da dimensão pluricultural da língua portuguesa".
** Depois de 21 de outubro de 2018, a exposição passa a ficar patente em Óbidos, onde permanecerá três anos (ler notícia do Diário de Notícias, de 9/10/2018).