Em primeiro lugar, agradeço pelo texto em crioulo – que me divertiu bastante.
Dialecto, crioulo e «pidgin» são três conceitos distintos que dizem respeito à formação de línguas e não à compreensão por parte de outras pessoas. Segundo o "Longman Dictionary of Applied Linguistics" (Jack Richards, John Platt e Heidi Webber, 2ª ed. Essex, Longman, 1987), dialecto constitui uma variedade da língua, falada numa parte de um país ou por pessoas que pertencem a um grupo social, com diferenças nas palavras, gramática e pronúncia em relação às outras formas da mesma língua. Geralmente é associada a um sotaque específico. (Não se pode dizer que o Brasil tenha um dialecto diferente – trata-se da mesma língua, em que a diferença é apenas o sotaque, existindo vários no Brasil, mesmo que os brasileiros muitas vezes não consigam entender o que os portugueses falam.)
Já o «pidgin» é utilizado como língua de contacto, quando grupos de diferentes idiomas se encontram. Foi o caso dos portugueses ao chegarem às colónias, que necessitavam de uma forma de comunicar tanto com os nativos como com os escravos. O «pidgin» caracteriza-se por ter um vocabulário pouco extenso e uma estrutura gramatical simplificada, que pode se expandir se for usado por longos períodos.
O crioulo surge quando o «pidgin» deixa de ser uma língua de contacto para tornar-se o idioma nativo de um grupo de falantes, usado para todos ou a maioria das suas necessidades de comunicação. A estrutura das suas sentenças e o seu vocabulário são geralmente muito mais complexos do que o do «pidgin». Os crioulos são classificadas segundo a língua que dá origem à maior parte do seu vocabulário: inglês, francês, português, espanhol ou swahili, por exemplo.
Portanto, o crioulo de Cabo Verde é uma língua à parte do português, assim como o português é independente do latim.