Não há certezas sobre a origem da expressão tintim por tintim.
Por exemplo, o Dicionário de Provérbios e Curiosidades de R. Magalhães Júnior (Editora Cultrix, São Paulo) aventa esta explicação:
«Tintim por tintim – É esta uma antiga locução portuguesa, cuja popularidade decorre sobretudo do fato de ter servido como título de uma revista teatral de Sousa Bastos, que alcançou extraordinário êxito em Portugal como no Brasil. Aqui foi dada pela primeira vez em agosto de 1892, e nela a atriz Pepa Ruiz obteve ruidoso sucesso, fazendo dezoito papéis.
Foi depois reencenada uma infinidade de vezes. Mas a expressão era corrente havia já muito tempo, como demonstra João Ribeiro nas [suas] Frases Feitas ["Estudo Conjetural de locuções, provérbios, etc.", 2 vols., Rio, 1908-1909], citando textos de Filinto Elísio e de Malhão. Mais, ainda – está num clássico, Jorge Ferreira, autor de Aulegrafia: "Se vimos de estar à conta com ele e eu, há-me de pagar tintim por tintim."
A interpretação de João Ribeiro é de que tim é o som que fazem as moedas. Por isso, o significado é o de pagar moeda a moeda.»
Já o dicionário Houaiss regista esta outra possível hipótese na etimologia de tintim por tintim: «Há quem relacione ao inglês "pidgin" de Cantão (China) "tsing-tsing", saúde».
O mesmo dicionário regista inclusive a forma portuguesa antiga (1789) tentim por tentim.
Correntemente, a locução adverbial tintim por tintim tem, como se atesta em qualquer dicionário contemporâneo, o sentido de: «com pormenor e sem omitir nada», «com todas as minúcias e particularidades», «ponto por ponto», «minuciosamente» ("Vais contar-me a tua viagem tintim por tintim").