O vocábulo pidgin aparece nos dicionários Houaiss e Aurélio XXI. Houaiss associa o termo à sociolinguística e Aurélio aos estudos linguísticos. A definição que surge no Houaiss, edição portuguesa do Círculo de Leitores, é: «língua compósita, nascida do contacto entre falantes de inglês, francês, espanhol, português, etc. com falantes de idiomas da Índia, da África e das Américas, servindo como segunda língua para fins limitados, especialmente comerciais».
Em suma o pidgin, forma admitida internacionalmente para designar o conceito que lhe está subjacente, corresponde a uma fase anterior ao aparecimento de um crioulo. Repare-se que escrevi um crioulo, porque há crioulos diferentes, dependendo das línguas em contacto que lhes deram origem. Pela mesma razão se pode dizer um pidgin, pois também há pidgins distintos, segundo as línguas de que se formam.
Se o termo pidgin pode ser, e é, sentido como um termo alheio à estrutura da língua portuguesa, já deu origem a outro, pidginização, formado segundo as regras do português e utilizado desde os anos trinta do século XX.
O facto de o termo existir e ser utilizado na língua portuguesa não justifica, porém, a sua utilização numa pergunta sobre língua portuguesa de um concurso televisivo, porque se trata de um termo técnico específico de uma ciência, a linguística. Não pode, por isso, ser considerado de uso genérico, como deveriam ser todos os termos susceptíveis de aparecer em perguntas sobre língua portuguesa, num concurso de âmbito geral.Ainda por cima numa estação de serviço público...
N. E. – Esta resposta destina-se também à consulente Conceição Costa.