«O João pediu para eu fazer», em que se usa o pronome pessoal eu como sujeito da oração subordinada completiva não finita1 «para eu fazer», é a forma que respeita a norma.
Sobre isso, importa lembrar que as regras da representação do sujeito evidenciam que «os sujeitos de 1.ª e de 2.ª pessoa são, respetivamente, os pronomes eu e tu, no singular» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2001, p. 125). No entanto, Celso e Cunha alertam-nos, em observação, para o emprego, no Brasil, do pronome mim como sujeito. Esta situação, não aceite pela norma culta, deve-se à ocorrência «do cruzamento de duas construções perfeitamente corretas — "Isto não é trabalho para eu fazer" e "Isto não é trabalho para mim" — a partir da qual surgiu uma terceira — "Isto não é trabalho para mim fazer" — em que o sujeito do verbo assume a forma oblíqua mim» (idem, p. 300). Assinalam, também, que «a construção parece ser desconhecida em Portugal, mas no Brasil ela está muito generalizada em língua familiar, apesar do sistemático combate que lhe movem os gramáticos e os professores do idioma» (idem).
1 Trata-se de uma frase em que o verbo pedir — que, neste caso, é um verbo declarativo de ordem, segundo Inês Duarte (Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 621) — seleciona uma oração completiva não finita introduzida por para — oração esta que é um caso de completiva com a relação gramatical de complemento direto.