O Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa da Editorial Notícias tem um epítome gramatical, onde se sistematizam muito bem as questões essenciais da língua portuguesa. O mesmo acontece com um livrinho editado pelas Edições ASA, intitulado Curso de Português: Questões de Gramática: Noções de Latim; a Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra é, igualmente, um instrumento indispensável para uma análise deste e doutros aspectos da nossa língua. Além disso, os dicionários apresentam os superlativos mais problemáticos.
Analisando as duas situações que coloca, ambos os superlativos estão incluídos no Dicionário da Academia das Ciências.
Pessoal – personalíssimo
Chique – chiquíssimo.
A regra geral para a formação do superlativo absoluto simples, ou sintético, é acrescentar -íssimo ao radical do adjectivo, como em chique (chiqu + íssimo = chiquíssimo): As excepções a esta regra estão, normalmente, ligadas a palavras de origem latina, cujo radical é diferente do que as palavras têm em português. É o caso de pobre (em latim ‘pauper’). O superlativo deste adjectivo segue uma regra segundo a qual os adjectivos que em latim terminavam em -er no nominativo dobravam o -r- a que se acrescentava -imo. Coloca-se também um acento no e: pauper → paupér+r+imo = paupérrimo. É também o caso do adjectivo pessoal, que vai fazer o superlativo a partir do radical latino ‘personalis’. Note-se que muitos dos casos em que o superlativo é erudito, ou seja, construído a partir do radical latino, existe um outro, obtido a partir da palavra portuguesa, ou, como sói dizer-se, por via popular. Assim, pobre, além de paupérrimo, tem o superlativo pobríssimo, e pessoal admite a forma pessoalíssimo. Num texto formal é, todavia, preferível utilizar a forma erudita.
Muitas outras são as excepções na construção do superlativo. As obras citadas apresentam listas dos casos mais relevantes, e os dicionários dão uma grande ajuda, pois incluem grande número de superlativos cuja formação não obedece à regra geral.