Os chamados números muito grandes1 dividem-se em grupos de três algarismos, separados por um espaço, e não por qualquer pontuação. Ex.: «Assistiram ao jogo 109 456 espectadores.»
Esqueça o ponto (que se usa nos países anglófonos, por exemplo); a única pontuação que se pode empregar na numeração é a vírgula, para separar a parte inteira da parte decimal. Ex.: «Ele tem 1,97 m de altura.»
Os citados grupos de três algarismos contam-se a partir das unidades, tanto para a esquerda como para a direita da vírgula: 78 890,322 14.
Exceptuam-se os casos em que a parte inteira ou a parte decimal é constituída por apenas quatro algarismos, situação em que não se usa espaço. É por essa razão que vemos «Euro 2004» e «25 de Abril de 1974», a mesma que invocamos para que escreva «2500 pessoas»2.
números
1 Para os chamados pequenos números, não havendo regra estabelecida, na imprensa escrita segue-se a recomendação da grafia por extenso do números até dez; e, a partir de dez, em numeral. Razão: a maior facilidade de leitura dos números grandes em algarismos.
2 Assim o prescreve a Norma Portuguesa n.º 9 (escrita dos números), de 2006, do Instituto Português da Qualidade:
1. Objetivo e campo de aplicação
Para facilitar a representação e a leitura dos números e simultaneamente afastar a possibilidade de erros de interpretação, a Nona Conferência Geral de Pesos e Medidas, reunida em Sèvres em Outubro de 1948, votou uma série de resoluções tendentes a atingir aquela finalidade. (Esta mesma questão já tinha sido devidamente regulamentada em Portugal pela Portaria n.º 6409, de 23 de Setembro de 1929, publicada no Diário do Governo n.º 233, de 11 de Outubro de 1929).
A principal alteração a que essas resoluções conduziram foi a de se utilizarem sinais gráficos unicamente para separar a parte inteira da parte decimal.
Esses sinais são o ponto e a vírgula, sendo o primeiro empregado nos países de língua inglesa, e o segundo, nos restantes.
A supressão de qualquer sinal gráfico destinado a dividir um número, para facilidade de leitura, em grupos de três algarismos, evita a confusão actualmente possível, quando se utilizam simultaneamente, na escrita de um mesmo número, o ponto e a vírgula.
Os grupos de três algarismos serão separados por um espaço em branco, que será igual ao ocupado por qualquer dos algarismos no caso da escrita dactilografada, e um pouco inferior, no caso da impressão.
Assim, por exemplo:
21 000,34 e 21 000,34(*)
representam sempre vinte e uma mil unidades e trinta e quatro centésimos.
Com a aplicação desta norma, consegue-se, sem esforço, o hábito natural de escrever os números de acordo com as prescrições que em seguida se apresentam.
Como se está habituado a empregar um ponto na separação dos grupos de três algarismos, a própria supressão desse ponto lembrará, no momento próprio, o espaço a prever para o intervalo que se deve deixar entre os referidos grupos.
2. Princípios
2.1 A vírgula é exclusivamente destinada a separar, nos números, a parte inteira da parte decimal.
2.2 Os números serão escritos em grupos de três algarismos a partir das unidades, quer para a esquerda, quer para a direita (parte decimal).
Exemplos: 32 048 21 237,459 32
2.3 Os grupos de três algarismos, tanto da parte inteira como da parte decimal, se ela existir, devem ser separados por um espaço igual ao ocupado por qualquer dos algarismos, no caso da escrita dactilográfica, e um pouco inferior, no caso da impressão.
Portanto, deve escrever-se:
1 437 385,327 61
e não 1.437.385,327.61
nem 1437385,327661
nem tão-pouco 1:437:385,327:61
etc.
3. Excepções
Os princípios atrás expostos não se aplicam à parte inteira ou à parte decimal no caso de as mesmas serem formadas só por quatro algarismos, salvo quando os números são escritos em coluna.
Exemplos:
a) 1437,327 61 e 14 373,2761
1 465,005 35
3 679,002 1
10 465,010 85
(*) Forma de escrita utilizada nos países que seguem a tradição da língua inglesa.
Cf. Sítio dos Registos + O biliião e a nomenclatura dos grandes números e Milhões, Mil milhões, Biliões ou Triliões? Esclareça a confusão!