A pronúncia de -e final na ligação entre palavras
Às vezes no português europeu a letra e pode mudar a pronúncia e tornar-se num [i] quando está no final da palavra e a seguinte palavra também começa com uma vogal.
Por exemplo, «treze euros» ['trezi 'ewɾuʃ] ou na frase «vou à casa de alguém» [...di aɫˈɡɐ̃j̃].
Queria saber se a letra e sempre se pronuncia como [i] quando a seguinte palavra começa com uma vogal ou há vogais específicas que façam com que mude a pronúncia do e. Existem regras com respeito às propriedades da vogal da palavra seguinte em relação a esse fenómeno?
A vogal que segue deve ser sempre aberta, por exemplo? E quais são os casos onde a e não se torna [i] embora a palavra seguinte comece com uma vogal?
«Greve ao trabalho suplementar» e «greve de fome»
Porque se diz «greve ao trabalho [suplementar]» mas não «greve à comida» ou «à produtividade» e sim de fome ou de zelo? Ou ao contrário, porquê ao trabalho e não de horário laboral?
A expressão «produzir efeito(s)»
Habitualmente vê-se a redação «Entrada em vigor e produção de efeitos», sobretudo, em legislação. Contudo, já li que algo produz/produziu efeito numa determinada data, ou seja, a palavra efeito e não efeitos (no singular e não no plural).
Deste modo, gostaria de perceber qual a forma correta (ou, até, se ambas estão corretas).
Obrigada.
Demonstrativos e próclise
Gostava de agradecer-vos pelo vosso excelente trabalho. Estou imensamente agradecida.
A minha pergunta é: qual é a posição dos pronomes de complementos com os pronomes isso, isto? «Isso me encanta», «Isso encanta-me», «Isto me ofende imensamente, Maria!»
Desde já agradeço a vossa ajuda.
Os adjetivos amigável e amistoso
Qual a diferença entre «cooperação amigável» e «cooperação amistosa»?
Muito obrigado.
A expressão «aves de capoeira»
No mundo veterinário, incluindo em legislação veterinária e documentação técnica, é muitas vezes utilizada a designação «aves de capoeira» como referência a um conjunto muito específico de espécies de aves.
Deparei-me entretanto com a seguinte designação que pretende reportar-se ao universo de todas as outras aves que não aquelas: «aves não de capoeira».
Por me parecer, independentemente de outras questões de rigor técnico, que a designação não faz sentido na língua portuguesa e que, quando muito, a designação deveria ser «aves que não de capoeira», muito agradecia o vosso parecer e fundamento.
Uso figurado de patologia
Estou perante um documento oficial que em certa altura tem a seguinte frase:
«Acrescentar eventual informação sobre vetustez e/ou patologias das Escolas (...)»
Pelo que sei a palavra patologia é empregue em linguagem médica, e nunca a ouvi em outro contexto que não esse. Estará correta a frase referida?
Obrigada.
O adjetivo e nome salvaguardador
Agradeço mais uma vez o trabalho realizado no Ciberdúvidas, que por diversas vezes já me foi muito útil.
Gostaria de saber, por favor, se a forma "salvaguardador" é aceita pela norma culta em língua portuguesa? Embora já me tenha deparado com o vocábulo "salvaguardador" tanto em artigos, quanto em textos de jornais, não o encontrei nos dicionários que pesquisei.
Obrigada.
O superlativo absoluto analítico «muito pouco»
Preciso de ajuda com a construção «muito pouco».
É anómala a estrutura adverbial «muito pouco» para marcar o superlativo absoluto analítico de pouco, ou este apenas possuí a forma sintética pouquíssimo?
Exemplos:
1. Ele tinha muito pouco tempo.
2. Ele tinha pouquíssimo tempo.
Obrigado!
O nome passarame
«Redescubro, contigo, o pedalar eufórico/ pelo caminho que a seu tempo se desdobra,/ reolhando os beirais – eu que era um teórico/ do ar livre – e revendo o passarame à obra.»
Excerto do poema "Elogio Barroco da Bicicleta", de Alexandre O'Neill.
Qual é o significado da palavra passarame neste contexto? De onde se origina?
Obrigada.
