«No pressuposto de que»
Devo escrever: «no pressuposto de que» ou «no pressuposto que»?
Grata pela atenção dispensada!
«Copia-o» e «copia-lo»
Escrevemos numa ficha «lê o texto e copia-o» ou «copia-lo para o computador»?
A pronúncia de logos
Socorrendo-me do vosso excelente trabalho, pergunto como se pronuncia logos (razão): "lógus" ou "lógós"?
O quantificador cada
Gostaria de saber qual destas duas frases está correta e, se possível, porquê.
1. «Sentamo-nos em volta da vela acesa, e cada uma de nós se concentra no café para não ver a sombra que começou a passear-se, agitada, por todo o apartamento»
2. «Sentamo-nos em volta da vela acesa, e cada uma de nós concentra-se no café para não ver a sombra que começou a passear-se, agitada, por todo o apartamento».
Muito obrigada.
Garantir com indicativo ou conjuntivo
Agradecia que me clarificassem quando «garantir que...» pede conjuntivo.
As seguintes frases não me parecem corretas:
a) «Como vamos garantir que todos os que nos procuram serão tratados com a dignidade e a humanidade que merecem?»
Não devia ser «SEJAM tratados»?
b) «Como garantir que a inteligência artificial será ética e segura?»
c) «Temos agora de garantir que os governos respondem à chamada.»
d) «Como garantir que Portugal ficará pobre para sempre?»
Obrigadíssima.
A formação e o significado de indígena
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, acreditavam ter chegado às Índias, daí chamar os nativos de "índios", o que se constitui em tremendo erro histórico. Como o lugar aonde chegaram foi o Brasil, seus nativos deveriam ser chamados de "brasilgenas", ou "brasigenas", nunca "indígenas".
É correto pensar assim?
Crase: «Às cerca de 3500 pessoas»
Em recente concurso público para professores no Brasil, uma das questões pedia ao candidato que identificasse entre as alternativas a frase em que se usava incorretamente o sinal de crase. De acordo com a banca examinadora, o erro, destacado, estaria em «Socorristas enfrentam condições meteorológicas adversas enquanto trabalham para liberar estradas e FORNECER AJUDA ÀS CERCA DE 3500 PESSOAS ainda presas em comunidade isoladas».
Em minha argumentação, tentei demonstrar que na frase em questão não haveria erro por tratar-se de um verbo bitransitivo (fornecer) regendo um objeto direto ("ajuda") e um indireto («as cerca de 3.500 pessoas»), sendo que este último, por exigir preposição, admitiria crase em «fornecer ajuda a» + «as cerca de», já que o "as" tratar-se-ia, em princípio, de um artigo definido feminino plural.
Tentando antecipar a contra-argumentação da banca, expliquei ainda que, caso a expressão «a cerca de» fosse iniciada por preposição, o sentido não seria de quantidade aproximada, mas de distância aproximada (p. ex., «a cerca de dez quilômetros») e que, fosse esse o caso, naturalmente não se admitiria crase. Contudo, para minha surpresa, a resposta ao meu recurso foi, literalmente:
«Decisão: Indeferido Argumento: Na frase da alternativa b, a expressão "às cerca de" está errada. A expressão é formada de preposição 'a' e não de crase; além disso, 'às' está no plural quando o termo posterior (cerca) está no singular.»
Apenas isso, sem mais.
Não acho que minha interpretação esteja incorreta. Ao ler passagens como «expressão formada de preposição e não de crase» e ao notar que consideraram um advérbio invariável ("cerca") como «termo no singular», fico com a impressão de que as sutilezas da questão escolhida talvez estejam além da simples aplicação de esquemas reducionistas como os que se vê em https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/acerca-cerca-ha-cerca-de.htm, fonte que acredito ter inspirado o preparador do exame. Contudo, falta-me autoridade para, caso esteja certo, fazer valer meu argumento. Agradeceria imensamente esclarecimentos.
Seja como for, por toda a ajuda e orientação que o Ciberdúvidas tem-me proporcionado ao longo dos anos, registro aqui meus mais profundos agradecimentos. Este site é insuperável, seja na clareza, na amplitude ou na solidez de suas explicações. Que possam continuar sempre assim.
Presente do indicativo com valor de passado
É correto dizer «Morre fulano de tal» no lugar de dizer «Fulano de tal morreu»?
O que me motivou a fazer essa pergunta é o fato de ser, no mínimo, muito comum ver a primeira forma ser utilizada nos noticiários quando uma pessoa famosa falece.
Desde já, grato.
Impressionar com complemento direto
As seguintes frases me causaram dúvidas:
1. «A quem você quer impressionar?»
2. «A quem estimamos?»
Minhas dúvidas consistem no seguinte: conforme consultei no dicionário de regência verbal de Celso Luft, ambos verbos regem o acusativo, sendo vulgar a utilização do objeto indireto. Portanto, surgiu a questão: estão erradas as duas frases, já que utilizam a preposição a antes do pronome quem? Sei que, especialmente quando o objeto direto se refere a uma pessoa (e o pronome quem, salvo engano, sempre se refere a pessoa), pode (ou deve?) ele ter a si anteposta uma preposição (= objeto direto preposicionado). Contudo, não sei se seria o caso…
Caso me pudessem esclarecer a questão, ficaria grato!
A regência do nome confiança
Eu gostaria de saber se existe a regência nominal de confiança com a preposição a, cujo sentido é «entrega à confiança de»?
Eu sei que confiança pede a preposição em no significado próximo de «crer, ter fé»; mas o meu pensamento em relação à possibilidade do uso da preposição a, é justificado pela regência do verbo confiar que pode pedir em ou a.
Ex.: «Por viagem a trabalho, Marina confiou a Jorge sua cadela, Veneza. Mas ela não confia mais nele, porque ele a deixou três dias com fome.»
Antecipadamente, muito obrigado.
