Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Ana L. P. Cavalheiro Professora Pelotas, Brasil 1K

Gostaria de saber como funciona a obrigatoriedade ou não dos pronomes o ou a, ou seja, se é obrigatório o uso, conforme estes exemplos:

– Conheces estes livros?

– Não, não conheço.

ou:

– Conheces estes livros?

– Não, os não conheço.

 

Obrigada.

João Martins Professor Portugal 2K

Comprei recentemente a edição fac-similada do famoso Cozinheiro dos Cozinheiros de Plantier. É um livro extraordinário, no sentido gastronómico do termo. Mas também achei muito interessante as diferenças na grafia do português, desde o final do século XIX, e algumas palavras agora muito raras (trocazes, láparo, lebracho, tencas, etc.).

Mas a minha pergunta concreta tem a ver simplesmente com a palavra às (contr. de prep e artigo) que nesse livro surge sempre como "ás."

A minha pergunta é quando tal mudança teve lugar na ortografia portuguesa e porquê.

Muito obrigado.

Conceição Cardoso Professora Trancoso, Portugal 3K

Como ficaria no feminino o seguinte verso de Antero de Quental: «Paladino do amor,busco anelante» [de "O Palácio da Ventura"]?

Grata.

Américo M. Alcaide Pereira Informático Praia de Mira, Portugal 20K

Tenho visto as duas formas, "primaço" e "primasso", escritas nas redes sociais para se referirem a primos chegados ou muito amigos.

A pergunta é, qual das formas está correta, se é que alguma o está, uma vez que ambas não constam em nenhum dicionário?

Obrigado

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

Examinem-se as seguintes frases:

«Quando foi que te vi tão bonita?»;

«Quando é que te vi tão bonita?».

Não falta na segunda frase a harmonia dos tempos verbais? Pois dizemos «Foi ontem que te vi tão bonita», mas não «É ontem que te vi tão bonita».

Obrigado.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 2K

Pedia que me esclarecessem se a frase apresentada é coerente atendendo à sintaxe do verbo treinar:

«Vou treinar a conduzir na mota do meu pai.»

Aproveito ainda para vos perguntar se é admissível a expressão destacada («conduzir na...») ou se o verbo conduzir apenas suporta um complemento direto.

Cordialmente.

Walquiria Cristina Silva Viana Funcionário Público Belém, Brasil 26K

Gostaria de saber o significado e qual o correto entre penico e pinico.

Eduarda de Mateus Lopes Estudante Braga, Portugal 2K

«Passou a tarde na sala de jogos.»

Qual a função sintática de "na sala de jogos"? Complemento oblíquo ou modificador do grupo verbal?

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 1K

«A ansiedade e stresse predominam na sociedade hodierna.»

A frase está errada, porque necessita do vocábulo o antes de stresse?

A minha dúvida é a seguinte: não se pode considerar que há elipse do o?

Agradecido.

Matos Santos Estudante Anagé, Brasil 2K

Sobre a frase «Espero poder tornar-me alguém de que gosto um dia», disseram-me que está incorreta, mas não percebo a razão.

Perguntei a alguns portugueses se lhes soava poética ou estranha. Uns disseram que "de quem gosto" soava melhor e outros "de quem goste".

Analisemo-la um pouco melhor. Dividirei a frase em duas partes: "Espero poder tornar-me alguém" e "Alguém de que gosto".

Como vedes, omitirei "um dia", pois não penso que mudará a frase completamente.

Podemos dizer que a segunda parte tem um "adjectivo" ("de que gosto") e pode ser substituído por um outro adjectivo (por exemplo, "agradável").

Quanto à primeira, "Espero" influencia "poder tornar-me", mas não parece influenciar directamente "alguém". Quem desempenha essa função é "tornar-me". Podemos dizer "Espero poder tornar-me alguém agradável" ou "Torno-me alguém de que gosto", penso eu.

O que quero dizer é que, em "Espero poder tornar-me alguém de quem goste", "Espero" parece harmonizar toda a frase. Mas em "Espero poder tornar-me alguém de que (ou de quem) gosto", "tornar-me alguém" passa a influenciar "de que gosto". Portanto não penso que a frase «Espero poder tornar-me alguém de que gosto um dia.» esteja incorrecta, se o que digo faz sentido.

Estou um pouco confuso e gostava duma explicação mais aprofundada.

Agradeço-vos o serviço!