Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Acordo Ortográfico
Luan Côrtes Estudante de Medicina Feira de Santana, Brasil 10K

O Acordo Ortográfico de 1990 removeu os hifens de "dona-de-casa"? Em caso afirmativo, qual a regra geral que vigora em casos como este?

Elves Rabelo Estudante Fortaleza, Brasil 12K

Gostaria de saber se o apóstrofo é correto no novo acordo ortográfico nos seguintes casos:

p´ra (pra); ´tá (está); ´tô (estou); ´stamos (estamos); co´a (com a); co´os (com os); d´amor; d´esperar; d´espada, etc.

São essas as minhas principais dúvidas em relação ao apóstrofo. Porém, se tiver algo mais que eu deva saber, ficarei grato se me disserem também. Obrigado!

Vicente Martins Professor universitário de Letras Sobral, Brasil 26K

Após a promulgação do Acordo Ortográfico (2008), no Brasil e nos países lusófonos, observei, quanto à palavra pé de moleque, agora, grafada sem hífen, o seguinte:

(1) A palavra pé de moleque, sem hífen, portanto, seguindo as prescrições da base XVI do Acordo Ortográfico (1990), lematizada como entrada (lema) na página 964 do Dicionário Escolar da Língua Portuguesa [Como a nova ortografia da língua portuguesa] (2.ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional 2008).

(2) A palavra pé de moleque, sem hífen, portanto, seguindo as bases do Acordo Ortográfico, lematizada como subentrada na página 1453 do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa [Com a nova ortografia da língua portuguesa] (Rio de Janeiro: Instituto Houaiss de Lexicografia/Objetiva, 2009). Vale lembrar que como subentrada é classificada como locução e não substantivo masculino ou palavra composta.

(3) Na página 631 do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) [da Academia Brasileira de Letras, ABL], pé de moleque aparece sem hífen, com status de entrada, seguindo, também, as bases do Acordo Ortográfico e classificada como substantivo masculino.

As duas ocorrências, no meu entendimento, tais implicações importantes para a lexicografia e análise linguística da unidade léxica pé de moleque: a) como entrada, deve ser, morfologicamente, classificada como substantivo composto e b) como subentrada, deve ser, morfologicamente, classificada como locução nominal.

Quem tem a palavra final: O Instituto Houaiss, ou a ABL? Como trata da questão no âmbito do ensino de gramática na escola?

Sílvia Maria Mascarenhas Vianna Professora de Português e advogada Belo Horizonte, Brasil 17K

Na corruptela "Véio", deve haver acento?

Álvaro José de Barros Lima Estudante Ipiaú, Brasil 10K

Gostaria que me ajudassem numa questão sobre o Novo Acordo Ortográfico (NAO). Aqui no Brasil, antes da entrada do NAO, recomendava-se que se utilizasse o trema nalguns vocábulos: cinquentenário; sagui; pinguim; consequência; ambiguidade; unguento; linguística; subsequente; linguiça; cinquenta; equestre; aguentar; sequestrador; sequela; tranquilidade.

Noutros casos era de uso facultativo: liquidações/liqüidações; liquidificador/liqüidificador; antiguidade/antigüidade; sanguíneo/sangüíneo. É, pois, nesses casos, que reside minha dúvida. Segundo o NAO, em sua Base XIV: «Do Trema, 1. O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas.» Nos casos em que era facultativo o uso do trema, e cuja pronúncia, consequentemente, também o era, será suprimida a que levava o trema, ou permaneceram ambas pronúncias, só que sem o trema? Há, ainda, alguns vocábulos mais difíceis ou de uso menos frequente em que estava o trema para ajudar na pronúncia. São eles, dentre outros: ágüe/agüemos, alcagüete, apazigüemos, aqüicultura, argüir, bilingüismo, contigüidade, delinqüência, desmilingüir, enxágüe, eqüidistante, grandiloqüência, inexeqüível, multilíngüe, obliqüidade, qüingentésimo, qüinquagésimo, qüinqüênio, qüinqüídio, redargüir, ubiqüidade. Como se saberá a pronúncia exata delas? Confiar-se-á apenas na língua falada para se discernir a pronúncia dessas palavras, ou os dicionários indicarão a pronúncia delas? Como Portugal lidou com estas situações no passado e hoje, diante do NAO?

Sempre grato pela atenção e pelo cuidado com nossa língua portuguesa.

Caroline Cesconetto Estudante Florianópolis, Brasil 98K

Baseando-se no novo acordo ortográfico, quando devo, ou não, utilizar o hífen em palavras compostas?

Ana Costa Empresária Pontal do Paraná, Brasil 19K

Uma vez que o verbo pôr é acentuado graficamente para diferenciá-lo da preposição por, ou seja, não há outra razão que justifique esse acento, minha dúvida é se o acento se mantém nas formas pronominais («por-se»/«pôr-se») e nas formas mesoclíticas («por-te-á»/«pôr-te-á», «por-se-á»/«pôr-se-á») e, caso se mantenha, por que motivo.

Obrigada.

José Manuel Souto Gonçalves Jornalista Horta, Portugal 11K

O que é a dupla grafia? É a possibilidade de, em Portugal, se escrever das duas formas? É a obrigatoriedade de, em Portugal, se adotar a versão portuguesa? É a possibilidade de se escolher uma das duas opções no período de transição do Acordo?

Isabel Coutinho Monteiro Tradutora Lisboa, Portugal 6K

Estive a ler a resposta à pergunta feita sob o título Acordo Ortográfico e os vocabulários portugueses.

Teria muito a dizer sobre o conteúdo desta resposta, mas haverá certamente quem o faça por mim. Para não me alongar muito, vou referir apenas a eliminação do hífen, que o Acordo Ortográfico (AO) consagra. Como se diz naquela resposta, e bem, o hífen é um auxiliar de desambiguação. Concordo plenamente. Um dos exemplos ali referidos (braço-direito/«braço direito») mostra claramente como é importante deixar o hífen onde sempre esteve, consagrado pelo uso. Referirmo-nos ao braço direito como membro anatómico é bem diferente de nos referirmos ao braço-direito como membro principal de uma equipa de assessoria. O mesmo se passa com a saudação "bom-dia!" e a constatação de que "está um bom dia". Etc., etc.

Estes modestos exemplos expõem apenas um dos aspectos que conferem ao AO a propriedade de se opor ao intuito que animou os seus defensores: simplificar a língua.

Cláudia Canais Tradutora Lisboa, Portugal 89K

Recentemente surgiu a dúvida em relação à grafia da palavra ruptura com o novo Acordo. A Infopédia diz que será rutura, mas, sendo que já existe rotura na língua portuguesa, não será mais correcto usar rotura? Quem escreve ruptura não deveria pronunciar "RUP-TU-RA"? Se o P é eliminado, escreve-se rotura e pronuncia-se “rutura”. Ou será "rutura" aceitável?