A construção está correta, pois verbo sacar emprega-se com ou sem a preposição de em referência ao objeto da ação de sacar.
No seu Dicionário Prático de Regência Verbal, o gramático brasileiro Celso Pedro Luft (1921-1995) regista os dois usos como gramaticais:
«Sacar revólver (da cinta), a espada (da bainha). Sacar do revólver, da espada. "É bom no gatilho, saca rápido” (Aurélio).»
Em observação, o mesmo autor acrescenta, citando o gramático e lexicógrafo Antenor Nascentes (1886-1972): «"O posvérbio de traz idéia de utilização do instrumento sacado” (Nascentes, 1960: 186).»1
Observe-se que a diferença entre uso transitivo direto e uso preposicional é mínima, como se infere da primeira abonação de uma das aceções deste verbo no Dicionário Houaiss: «transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo 1.1 tirar para fora, bruscamente e com violência; arrancar, puxar em ameaça. Ex.: sacar (d)o sabre; pistoleiro que saca com muita agilidade.»
Note-se, por último, que a possibilidade de o objeto de sacar se realizar como constituinte sintático preposicionado não se deve confundir com outra possibilidade entre os usos de sacar – a de este verbo, na aceção de «tirar para fora bruscamente», selecionar um objeto direto e um objeto indireto que marca o lugar donde se retira alguma coisa com brusquidão: «Sacar a carteira do bolso» (Luft, op. cit.).
1 Antenor Nascentes, O problema da regência; regência integral e viva, 2.ª ed. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1960.