São correctas, sim. Os verbos que refere podem construir-se com ou sem preposição. Os exemplos que se apresentam de seguida foram retirados da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
1. Puxar, no sentido de «tirar e empunhar, desembainhar, sacar», pode empregar-se sem preposição e com a preposição “de” ou “por”. Exemplos: «A luta continuava encarniçada, ele fora de si puxava pela faca...», Rodrigo Paganino, Contos do Tio Joaquim, p. 120; «... primeiramente, Pirano há-de puxar da durindana para a cravar no peito.”, Castilho, Noite de S. João, III, 1, p. 82; «Iam à feira e o Duarte, se calhava ter de puxar pela carteira, mostrava o seu pacote de notas», Aquilino Ribeiro, Volfrâmio, cap. II, p. 349.
2. Sacar, no sentido de «tirar, fruir, lucrar, auferir», «tirar com maior ou menor violência, puxar por», tanto pode ser utilizado sem preposição como com a preposição “de”: «Feliz quem saca do talento e sabe tão belos frutos», Castilho, Dicionário; «sacou a espada da bainha»; «sacou o rapaz pelo braço»; «sacar do sabre»; «sacou do cacete e deu uma pancada no companheiro»; «D. Zuleima, radioso, sacou do seu escritório portátil, e... entrou a encher de garatujas uma tira de pergaminho», Rebelo da Silva, Ódio Velho não Cansa, II, cap. 16, p. 92; «Sacou de uma faca de ponta e com ela atravessou o peito da moça», Gilberto Freire, Casa-Grande e Senzala, p. 298.
3. Saber, no sentido de «ter conhecimento, notícia ou informação», «investigar acerca de, perguntar por», constrói-se com a preposição “de”: «não soube da partida do amigo»; «Se os Portugueses da Idade Média não sabiam de seus avós lusitanos, acaso saberiam de seus avós ítalos, romanos...?», Oliveira Martins, História de Portugal, I, p. 4; «Per modo que se partiram logo antes que el-rei mandasse saber deles...», Jorge Ferreira de Vasconcelos, Memorial da Távola Redonda, cap. 39, p. 270; «...apareceu... a saber do doente que não via desde a véspera...», Sanches de Frias, Ersília, cap. 20, p. 374.
4. Gozar, no sentido de «aproveitar, fruir, disfrutar, apreciar», usa-se sem preposição ou com a preposição “de”: «que nos deixem gozar da vossa companhia, é o que queremos»; «circunvago os olhos e deambulo depois à roda, para gozar das perspectivas da massa gótica», Ricardo Jorge, Canhenho dum Vagamundo, p. 53; «lhe deixou boa casa, e muita frescura de anos, e óptima disposição para se gozar de tudo isto.», Camilo, Doze Casamentos Felizes, p. 15.
5. Chamar, no sentido de «gritar por alguém ou por alguma coisa», constrói-se com a preposição “por”: «o pai chamou pelo filho»; «a mulher chamou por socorro».