Agradece-se o comentário ao consulente.
A resposta já tem alguns anos – praticamente 15 – e foi dada na perspetiva de considerar a forma úmido como resultado da supressão do h inicial, no contexto de uma ortografia inovadora. Contudo, do ponto de vista histórico, sabe-se que não é bem assim, pois a forma úmido tem grande tradição.
Com efeito, úmido remonta a forma latina mais antiga. Contudo, é ainda no período romano que surge também a forma com h-, como se observa no Dicionário Crítico Etimológico Castellano e Hispánico de Joan Coromines e J. A. Pascual: «En latín la grafía umidus es la correcta, aunque pronto se empezó a escribir con h- por una relación seudoetimológica con humus ‘tierra’» [tradução: «Em latim a grafia umidus é a correta, embora cedo se começasse a escrever com h- por causa de uma relação pseudotimológica com humus 'terra'].
Sendo assim, a língua portuguesa conserva duas variantes que vêm diretamente dos tempos romanos – e ao que parece com igual rigorismo, mesmo na conservação da forma pseudoetimológica.