Em qualquer gramática histórica do português (p. ex. a de José Joaquim Nunes), verificará que o h inicial é de origem latina ou grega (quando proveniente desta língua corresponde ao espírito áspero, que indicava aspiração, tal como o h do latim). O h do latim tanto pode ser, digamos, autóctone (como em homo, honor), como de origem grega; portanto, quer venha directamente desta língua (na maioria dos termos científicos actuais), quer não, o português, o catalão e o espanhol actuais (o português arcaico escrevia oje, aver, omem) empregam-no, apesar de a sua aspiração se ter perdido nos primórdios do latim imperial (ou, se se preferir, no fim da república romana). O italiano baniu-o (excepto em algumas formas do presente do verbo «avere») e o romeno igualmente (excepto em vocábulos de outras origens, em que ainda é aspirado ou então tem a pronúncia do j castelhano). No francês também se usa, sendo o chamado aspirado de origem germânica, cuja pronúncia manteve até ao fim do século XVII.
Obs.: Em vez de aspirado, há quem prefira, e com razão, expirado, porque o ar, durante a pronúncia, se expirava, e não se aspirava (ou inspirava).