Sem ser de rejeitar totalmente talvez que, aconselha-se a omissão de que. A norma mais purista desaconselha talvez que. Contudo, nem todos os gramáticos prescritivistas concordam com esta posição.
Evanildo Bechara faz, a este respeito, seguinte comentário na Moderna Gramática Portuguesa (Rio de Janeiro, Editora Lucerna, 2002, pág. 507):
«Muitas vezes emprega-se que depois de advérbio onde a rigor poderia ser dispensado. São comuns as linguagens talvez que, apenas que, felizmente que, oxalá que, quase que, enquanto que, embora que. [...]. Puristas têm condenado tais modos de dizer.»
Vasco Botelho de Amaral (Grande Dicionário das Dificuldade e Subtilezas do Idioma Português, Lisboa, Centro Internacional de Línguas, 1958, s. v. talvez) também aceita «talvez que» com certas condições:
«Talvez que. É correcto o emprêgo deste que, explicável por analogia com as construções pode ser que, é possível, etc. Vejamos os Mestres: «talvez que (= é provável que) por um dia mais... perdemos o bom sucesso de todas... Luz e Calor, Bernardes, 5.ª ed. «Talvez que inglórios, mas doirados, aqui me aguardem...» O Presbitério, II, 9, Castilho. E na pág. 47, II: «Talvez que não tarde a grata aurora...»