A questão colocada não tem uma resposta simples, pelo que exige alguma reflexão.
Sobretudo quando colocados em início de frase, os advérbios sim e não podem ser usados para confirmar uma afirmação positiva ou negativa feita anteriormente. Assim, o advérbio sim pode confirmar uma afirmação positiva:
(1) «− Ele já leu o livro.
− Sim, ele já leu o livro.»
Por seu turno, o advérbio não pode confirmar uma afirmação negativa:
(2) «− Ele ainda não leu o livro.
− Não, ele ainda não leu o livro.»
A frase apresentada pelo consulente apresenta uma polaridade negativa, pelo que a frase (3) pode ser considerada equivalente a (4):
(3) «Eles supõem erroneamente que jamais morrerão!»
(4) «É mentira que jamais morrerão!»
Visto que a frase apresentada em (3) é composta por duas orações, a subordinante («Eles supõem erroneamente») e a subordinada completiva («que jamais morrerão»), é possível confirmar quer uma oração quer outra. Nesta linha, a frase (5) confirma o conteúdo da oração subordinante («Esta é uma suposição errada»), enquanto a frase (6) confirma o conteúdo da subordinada («É verdade que eles nunca morrerão):
(5) «Pois sim, é errado que jamais morrerão.»
(6) «Sim, eles jamais morrerão.»
A frase (6), ao confirmar o conteúdo da subordinada rejeita, com base numa inferência, o conteúdo da subordinante:
(6a) «Não, não é errado o que eles supõem, pois eles jamais morrerão.»
Caso se queira discordar, aplica-se o mesmo princípio. Posso discordar do conteúdo da oração subordinante (7), ou do conteúdo da subordinada (8):
(7) «Não, não é uma suposição errada.»
(8) «Não é verdade que eles jamais morrerão.»
Relativamente à expressão «pois não», ela é usada por exemplo para confirmar uma negação:
(9) «− Ela nunca foi a Paris.
− Pois não.»
Por seu turno, a expressão «pois sim» poderá ser usada para dar uma permissão:
(10) «− Posso usar este lápis?
− Pois sim, esteja à vontade.»
Por esta razão, nenhuma delas será a mais adequada para discordar da frase apresentada em (3), sendo preferível uma forma como a que se apresenta em (11), para discordar do conteúdo da subordinada completiva:
(11) «Não! Por Deus que vós morrereis!»
Também se poderá discordar do conteúdo da oração subordinada da frase (3) recorrendo aos advérbios sim ou claro:
(12) «Claro que morrereis!»
(13) «Sim, morrereis!»
Neste caso, produz-se uma afirmação que assenta no pressuposto de que o leitor será capaz de reconstruir uma afirmação que foi omitida semelhante à que se apresenta em (14) ou (15):
(14) «Isso não é verdade. Claro que morrereis.»
(15) «Isso é mentira. Sim, morrereis.»
Disponha sempre!