Para responder a esta pergunta, comecemos por definir o conceito de derivação parassintética. Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, 8.ª ed., Sá da Costa, Lisboa, 1991, «Os vocábulos formados pela agregação simultânea de prefixo e sufixo a determinado radical chamam-se parassintéticos» (p. 103).
Isto significa que, quando consideramos a aplicação de derivação parassintética, não existem, à partida, palavras nem apenas com o sufixo nem apenas com o prefixo que sirvam como ponto de partida para a derivação final. Por exemplo, repatriar é obtida por derivação parassintética, na medida em que nem o nome "repátria" nem o verbo "patriar" existem no português, havendo a aplicação simultânea do prefixo re e do sufixo ar ao radical patri.
Passemos, então, à análise das palavras em questão:
1. reflorestamento: Dado que a palavra florestamento se encontra dicionarizada (pelo menos em português europeu), não poderemos dizer que temos um caso de derivação parassintética, já que o prefixo re se associa a uma palavra previamente existente. Teremos, então, derivação por prefixação ao nome florestamento, que, por sua vez, é derivada por sufixação a partir de floresta + mento.
2. reconhecimento: O caso é perfeitamente paralelo. A palavra conhecimento é um nome existente no português, pelo que não existe derivação parassintética, mas apenas derivação por prefixação (prefixo re + nome conhecimento). Isto não impede que conhecimento seja, por sua vez, uma palavra de tipo derivado, desta feita por sufixação (radical conheci + sufixo mento).
Ou seja, na derivação parassintética os processos de prefixação e sufixação têm de ser simultaneamente aplicados ao radical da palavra; nestes casos, pelo contrário, existem duas palavras formadas em momentos distintos: em primeiro lugar, por sufixação, obtemos florestamento e conhecimento; em segundo lugar, por prefixação, surgem reflorestamento e reconhecimento.
Em suma, estas palavras são derivadas por prefixação e não por derivação parassintética.