DÚVIDAS

Predicativo do complemento direto (ativa) = predicativo do sujeito (passiva)

Na frase «quando foi nomeado governador civil», qual a função desempenhada por «governador civil»?

Resposta

De facto, o verbo nomear, como um dos verbos transitivo-predicativos, seleciona um argumento interno com a relação gramatical de objeto/complemento direto e, também, a de predicativo de complemento direto, que funciona como núcleo do complemento direto, como predicador secundário.

Não haveria, decerto, qualquer dúvida se se tratasse de uma frase na voz ativa: 

«Quando o governo o nomeou governador civil.»
«Quando o governo nomeou o João governador civil.»

 

Analisando as frases:

Suj.: o governo;
pred.: o nomeou governador civil; nomeou o João governador civil
comp. direto.: o; o João
predicativo do comp. direto: governador civil.

Passando-as para a passiva: 

«Quando ele/o João foi nomeado governador civil.»

Ora, como sabemos, o complemento direto da ativa é o sujeito da passiva. Portanto, se, na ativa, o predicativo do complemento direto era o núcleo do complemento direto, concordando com ele em género e em número, as relações entre os dois constituintes — complemento direto e predicativo do complemento direto da ativa — mantêm-se na passiva, razão pela qual «governador civil» passa a predicativo do sujeito.

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