No caso em apreço, a oração «que são iguais» é uma subordinada substantiva completiva.
O verbo saber pode ser usado como transitivo direto1:
(1) «Ela sabe duas línguas.»
Também pode funcionar como transitivo indireto1:
(2) «Ele sabe dos resultados do exame.»
No caso da frase de José Saramago2, o autor usa o verbo saber como transitivo direto e indireto, como se pode observar pela reorganização dos elementos da oração em questão:
(3) «Nós sabemos dos dias que são iguais.»
Trata-se de um uso não habitual do verbo saber. Não obstante, é possível verificar que em (3), a oração «que são iguais» desempenha a função de complemento direto, como se comprova pela possibilidade de pronominalização:
(4) «Nós sabemos isso dos dias.»
A oração «que são iguais» não é, por esta razão, uma subordinada adjetiva relativa que assume como antecedente o grupo nominal «os dias».
Disponha sempre!
1. Cf., por exemplo, Dicionário gramatical de verbos portugueses. Direção de Malaca Casteleiro. Texto Editores.
2. A frase foi retirada da publicação intitulada «Sobre Fernando Pessoa», disponível no blogue Outros Cadernos de José Saramago.