O facto de a frase apresentada pelo consulente estar incompleta dificulta um pouco a compreensão do enunciado. No entanto, julgamos estar em presença de uma oração resultativa (ou consequencial)1 2, que se caracteriza por expressar o resultado ou a consequência da situação descrita na oração subordinante:
(1) «Ele coordenou estudo e trabalho, de forma que/tal que passou de ano.»
A conexão entre as duas orações da frase em questão é assegurada pela locução conjuncional tal que, que é invariável, pelo que, entre as frases apresentadas pelo consulente, a correta será:
(2) «Essas funções, com formas ainda desconhecidas, são combinadas aos campos B e Q, respectivamente, tal que as seguintes identidades são construídas: [...]"
Note-se, por fim, que esta locução conjuncional parece ser utilizada preferencialmente em textos de domínio técnico e científico, como se pode observar nos exemplos extraídos do CRPC (Corpus de Referência do Português Contemporâneo):
(3) «Sob o nome de divisão vectorial tratamos o problema seguinte: dados os vectores a e b, determinar um vector u tal que e, pela identidade de Lagrange, seja um vector da forma lower_than >.» (Alves, Mecânica Geral)
(4) «Constrói um quadrado [ EFGH ], tal que o comprimento de cada um dos seus lados seja 3 cm.» (Armelim e Morla, Aprender Matemática 1.)
Disponha sempre!
1. Cf. Lobo, in Raposo, Gramática do português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 2014-2015.
2. No quadro de uma abordagem no âmbito do ensino não superior, esta oração poderia ser considerada um tipo de oração subordinada adverbial final com características particulares. No entanto, dadas as especificidades desta situação, será aconselhável que ela não seja tratada neste nível de ensino.