CD é a sigla inglesa de «compact disc». O VOLP da Academia Brasileira de Letras grafa com pontos: C.D.
Não é um siglóide (que é lido como uma palavra), pois pronuncia-se letra a letra: cê, dê
As siglas, como muito bem observa, não se pluralizam com s; pluralizam com o determinante: «os CD».
Por outro lado, a palavra "cêdê" como acrónimo seria ilegítima, pois teria dois acentos circunflexos.
O contexto normalmente caracteriza o sentido da abreviatura CD, mas no caso em que possam surgir dúvidas é conveniente usar o extenso: disco-compacto [ordem natural na língua portuguesa: Nome (N) Adjectivo(A)].
Quanto ao hífen, há controvérsia. No meu ponto de vista, disco-compacto enquadra-se na minha classificação de “unidade semântica com um sentido particular no geral” (como o de cor-de-rosa em rosas de várias cores). Qualquer disco pode ser um disco compacto, mas um disco-compacto é um CD.
A propósito, reconheço que existe uma grande confusão quanto ao emprego do hífen; e as escolhas arbitrárias de alguns estudiosos não têm ajudado nada. Não se percebe por que razão «o azul escuro» precisa de hífen (associação NA) ou alguns dicionários grafam *cor-de-laranja (que é uma cor bem definida e, logo, uma locução que não precisa de hífenes, como sala de jantar). Por outro lado, surgem agora ideias peregrinas de eliminar os hífenes em todas as ligações NA ou nas ligações por preposição; mas “cair em saco-roto” não significa que se caia num saco; ou uma questão ser um “cavalo-de-batalha” não implica que se esteja a pensar nem em cavalos nem em batalhas...
Tive um insigne mestre que indicava como condição fundamental na linguística “sentir a língua” na sua índole. Aceita-se que não é suficiente a opinião de eruditos arcaicos, pois o devir torna-os obsoletos; mas também não é razão decisiva a dos linguistas da simplificação drástica, pois não se deve ignorar que as palavras transportam consigo «uma herança nas suas raízes» e a meditação «de muitos vernaculistas idóneos».