Para elaboração desta resposta, não foram encontradas normas nacionais ou internacionais que impeçam o uso de rímel, gilete e quispo (melhor que kispo – termo usado em Portugal para designar um casaco quente., impermeável; ver Textos relacionados)1. No entanto, compreende-se que se levantem dificuldades quando se trata da comercialização de produtos,
O vocábulo rímel constitui o aportuguesamento do francês rimmel, um nome comum com origem na marca comercial Rimmel, denominação de um produto da perfumaria homónima, fundada em 1834 por Eugène Rimmel (1820-1887). Tal como o termo francês, rímel é a palavra que se aplica a um «[c]osmético para pintar as pestanas [ou cílios] e aumentar e realçar o seu volume» (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa).
Como gilete e quispo, rímel resulta da conversão ou extensão de sentido do nome de uma marca comercial, processo que não tem de ser impedido por uma norma nacional ou internacional. Contudo, são termos que, no âmbito comercial, poderão ser substituídos por nomes vernáculos mais transparentes e menos suscetíveis de criar confusões entre produtos. Assim, sabendo que, a par do rímel da marca Rimmel, há outros de outras marcas, pode acabar por ser mais prudente empregar um vocábulo como máscara (de pestanas), termo sinónimo, tal como é corrente «lâmina de barbear» (pelo menos, em Portugal), em lugar de gilete.
1 Contudo, no ramo alimentar, existem disposições que impedem o uso de nomes provenientes de denominações de origem , como é o caso de champanhe, vulgarmente usado para designar qualquer vinho espumante, não apenas em referência ao que é produzido na região francesa da Champanha (em francês, Champagne). Em lugar deste nome, costuma empregar-se espumante, atualmente também frequente na língua informal de Portugal.