Tendo em conta que as atestações medievais do topónimo (ver Livro Preto. Cartulário da Sé de Coimbra, ed. 1999, doc. 266, p. 398) exibem a terminação -on (Lubon e Lunbon), o gentílico mais adequado será lobonense.
Note-se, porém, que, se a forma lobanense está enraizada e tem longa tradição no uso, há que atender a essa situação e aceitar essa variante – é o caso do gentílico de Lobão da Beira, no concelho de Tondela.
Importa observar que a distribuição as terminações -onense e -anense pode ter razão etimológica. Com efeito, vários nomes próprios hoje terminados em -ão podem ter diferentes terminações medievais (cf. Dicionário de Topónimos e Gentílicos do Portal da Língua Portuguesa): Marvão (Portalegre) < Marvan; Apelação (Loures, Lisboa) < *Apelaçom1. Os nomes que se sabe (ou se supõe) terminarem em -an ou -ã dariam, em princípio, gentílicos terminados em -anense: marvanense (Marvan), lousanense (Lousã); e os derivados de nomes acabados em -on (grafados assim, ou -om) na Idade Média exibiriam a terminação -onense: portimonense < *Portimom (Portimão). Contudo, a verdade é que as terminações em causa são imprevisíveis, e -anense ocorre muitas em lugar de -onense e vice-versa. Casos como estes não são incorretos, porque na derivação dos gentílicos nem sempre é clara a forma do topónimo com que se relacionam.
1 O asterisco indica que a forma é hipotética. Não tendo sido possível encontrar atestação medieval deste topónimo, sabe-se, no entanto, que a terminação -ione(m) de vários nomes comuns latinos evoluiu primeiro para -om, no período galego-português, e só depois para -ão, na fase já plenamente portuguesa da língua; exemplo: intentione(m) > entençom (séc. XIII) > intenção.