Para vários autores, eclodir, «tornar-se visível subitamente; surgir» (Dicionário Hoauiss), é um verbo defetivo, que só se conjuga nas formas cujo acento tónico se coloca depois do radical (formas arrizotónicas; cf. Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966). Nesta perspetiva, o verbo eclodir só terá, no presente do conjuntivo, as seguintes formas: eclodamos e eclodais. Contudo, noutras fontes, encontra-se este mesmo verbo completamente conjugado. É o caso do dicionário da Infopédia (Porto Editora) e do Dicionário Houaiss: ecloda, eclodas, ecloda, eclodamos, eclodais, eclodam.
Uma consulta do Corpus do Português (de Mark Davies) permite observar que as formas flexionadas mais frequentes são as da 3.ª pessoa do singular e do plural, recebam elas o acento tónico no radical (eclod-) ou na terminação: eclodiu (24 ocorrências), eclodem (17), eclode (12), eclodiram ( 10). Frequente é também o infinitivo eclodir (22). Sendo assim, a ideia de este verbo ser defetivo não terá tanto que ver com a colocação do acento, mas mais com as condições de ocorrência das referidas formas, que se associam a nomes que denotam eventos súbitos (guerra, revolução, revolta ou até ovo, em alusão à casca de ovo que se parte para dela sair, por exemplo, uma ave) e convocam o uso da 3.ª pessoa.
Em todo, o caso, ambas as perspetivas – a de o verbo ser defetivo e a de ter conjugação completa – são legítimas.