Egito/egípcio
As consoantes nas sequências advêm da escrita etimológica. Muitas continuam a pronunciar-se, outras caíram com o uso. Por exemplo, egípcio vem do latim aegyptĭus, e Egipto, do latim Aegyptus. Acontece que se deixou de pronunciar o p em Egipto; daí o novo Acordo Ortográfico (AO) recomendar que a palavra passe a escrever-se sem esta consoante: Egito, mantendo o p em egípcio, porque se pronuncia. Prevalece o critério fonético em relação ao etimológico; e a norma aceita esta incongruência gráfica.
Óptimo/ótimo
O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da sua ilustre Academia Brasileira de Letras efectivamente regista as variantes óptimo/ótimo, o que significa que não é uniforme a pronúncia desta palavra no Brasil. Assim, no seu país, é legítimo escrever a palavra com ou sem o p.
Em Portugal, o p caiu na generalidade, e não se recomenda a grafia óptimo no novo AO, mas ótimo.
Esta questão levanta para Portugal um problema. Num dicionário global da língua portuguesa comum (para toda a lusofonia, conforme o preconizado no ponto 4.4 do Anexo II do Acordo de 1990), óptimo figurará como variante legítima no universo da língua, visto ser legal no Brasil.