Apesar de o termo morfema não surgir em obras mais recentes, é possível encontrá-lo em obras como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, ou a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra.
Na versão abreviada da gramática de Cunha e Cintra (Breve Gramática do Português Contemporâneo, Ed. Sá da Costa, 1985), na página 57 e seguintes, encontramos a referência a palavras como unidades de som e significado, as quais podem ser constituídas por um ou mais morfemas. Assim, morfemas serão unidades significativas mínimas que podem realizar-se como palavras ou não.
Por exemplo, a palavra escolas é constituída por dois morfemas: escola, que por si só constitui uma palavra e pode vir a constituir outras palavras; -s, que marca o plural mas não constitui, por si só, uma palavra, ou seja, não tem uma existência autónoma.
Os morfemas, para além de poderem ter ou não uma existência autónoma, classificam-se como lexicais, quando «têm uma significação externa, porque referente a factos do mundo extralinguístico» (Cunha e Cintra), ou gramaticais, quando a sua significação é «interna, pois deriva das relações e categorias levadas em conta pela língua» (Cunha e Cintra).
No exemplo dado, escola é um morfema lexical, e -s é um morfema gramatical. Convém ainda referir que há morfemas gramaticais que também podem ser palavras, como as preposições ou os determinantes.