Distinguimos modificador do grupo verbal do modificador de frase pelo comportamento dos constituintes na frase.
Assim, o modificador do grupo verbal integra a função sintática de predicado, pelo que se relaciona diretamente com o verbo do sintagma verbal em que se inclui. Note-se que o predicado é uma função sintática que se define ao nível da frase e que pode incluir no seu interior o verbo e todos os seus complementos e modificadores.
O modificador do grupo verbal tem a característica específica de poder ser interrogado e negado. Vejamos o que acontece na frase transcrita em (1):
(1) «Nunca tanta pressa vi.» / «Todos os dias vi pressa.»
(1a) «Foi nunca que viste tanta pressa?» «Foi todos os dias que vi pressa?»
(1b) «Vi tanta pressa não nunca mas sempre.» / «Vi pressa não todos os dias mas à segunda-feira.»
Refira-se que, neste caso particular, os testes resultam em frases algo estranhas, o que se deve ao valor negativo do advérbio nunca. No entanto, o constituinte nunca admite os testes, o que se conclui pela frase de controlo em que se colocou no lugar de nunca o constituinte «todos os dias», com o qual os testes produzem frases mais naturais.
O modificador de frase, por seu turno, incide sobre a frase na sua totalidade e não apenas sobre o predicado. Distingue-se do modificador do grupo verbal por não admitir ser negado nem interrogado. Veja-se a aplicação do teste à frase transcrita em (2):
(2) «Talvez os compradores estivessem certos.»
(2a) «*Foi talvez que os compradores estivessem certos?»
(2b) «*Não talvez mas certamente os compradores estivessem certos.»
Como se pode observar, os testes não se aplicam à frase (2), o que se deve ao facto de talvez não estar a incidir sobre o grupo verbal, mas sobre todas a frase.
Disponha sempre!
*Assinala a inaceitabilidade das frases.