O uso de pior está previsto nos compêndios gramaticais.
A forma pior substitui a construção «mais mal», quando mal é um advérbio, como acontece em (1):
(1) «Os meus alunos escrevem pior que os teus.»
Pior também se usa quando mais se combina com o adjetivo mau:
(2) «Esta receita é pior que a do João.»
Todavia se mais se combinar com uma construção adjetival ou participial iniciada por mal não se usa a forma pior1:
(3) «O texto do João está mais mal escrito que o do António.»
(4) «O modelo do Rafael está mais mal concebido do que o do João.»
Podemos, então, concluir que pior é uma forma do comparativo de superioridade, pelo que se quisermos construir um comparativo de inferioridade, não poderemos usar «menos pior». Teremos, antes de optar por «menos mal/mau».
Disponha sempre!
1. Não obstante, em alguns autores assinalamos o uso da formas sintética pior em construções onde seria expectável o aparecimento de «mais bem» ou «mais mal». Para mais informação consulte-se esta resposta.