"A diferença entre as notas internas e de exame não é uma regra. Nas duas escolas onde as médias se aproximam mais, a diferença é de apenas 0,9. São duas das escolas mais bem classificadas no "ranking" SIC dos últimos seis anos. Duas das escolas pior classificadas têm as maiores diferenças entre a média interna e a média de exame."
Poderão ser aqui analisados três aspectos desta frase ouvida ao apresentador do "Jornal da Noite" da SIC, Rodrigo Guedes de Carvalho, no dia 1 de Novembro p. p.
Primeiro, deveria ter-se utilizado o pronome as para referir as notas de exame ("A diferença entre as notas internas e as de exame"), pois as notas não são simultaneamente "internas e de exame".
Segundo, embora esteja registado em dicionários portugueses, há que dizer que o estrangeirismo "ranking" pode ser substituído por "classificação", "classificação ordenada", "registo", "listagem", "relação", "lista de classificação".
Terceiro, o jornalista disse - e muito bem - "escolas mais bem classificadas", usando "mais bem" em vez de "melhor", pois bem tem como comparativo e superlativo melhor apenas quando modifica o verbo em tempo simples ("ele é o que fala melhor"), devendo usar-se mais bem quando o advérbio antecede o particípio passado do verbo, o adjectivo verbal ("ele está mais bem informado"; "escolas mais bem classificadas"). Esta regra também se aplica ao advérbio mal: usa-se pior quando o advérbio modifica o verbo em tempo simples ("ele é o que fala pior"), e mais mal quando antecede o particípio passado do verbo, o adjectivo verbal ("ele está mais mal informado").
Portanto: "Duas das escolas mais mal classificadas têm as maiores diferenças entre a média interna e a média de exame."