Não encontrei, na bibliografia consultada, nenhuma referência à regência de pior, ou seja, ao tipo de preposições que se lhe podem associar. Recorri, por isso, à análise dos ‘corpora’ Cetempúblico ‘in’ www.linguateca.pt e ao do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa http://www.clul.ul.pt/sectores/projecto_rld1.html e consultei cerca de 13 000 frases em que entrava esta palavra. Desse trabalho resulta a informação subsequente.
Ainda que pior possa ser adjectivo e advérbio, é enquanto adjectivo no grau superlativo relativo de superioridade que surge a ocorrência de diferentes preposições. Assim, pior pode ocorrer seguido de
Em:
a) A onda de violência é bem pior na periferia.
b) Esse jogador foi o pior em campo.
c) Não é melhor em nada, mas também não é pior em coisa nenhuma.
Sobre:
Escreveu-se o pior sobre a revolução.
Para:
E nada seria pior para um país.
De:
O mês de Julho foi o pior do ano.
Desde:
Este mês foi o pior desde há trinta anos.
Não encontrei uma única vez a utilização da preposição a; por essa razão, embora não tenha argumentos para condenar abertamente a primeira frase, considero preferível a segunda: «Portugal é o pior em Matemática», semelhante ao conjunto de frases que encontrei e que se ilustra em c).
Se substituirmos, nesta frase, pior por mau, ou por bom, continua a ser preferível o uso da preposição em:
Portugal é mau em Matemática; Portugal é mau nisso.
Portugal é bom em Matemática; Portugal é bom nisso.