A frase «Se bobear eu te pego.» tem duas orações, antecedendo a oração subordinada adverbial («Se bobear») a oração subordinante («eu te pego»), pelo que devem ser separadas por vírgula: «Se bobear, eu te pego.» Sempre que a oração subordinada adverbial antecede ou está intercalada na oração subordinante é isolada por vírgulas, dado que não se encontra na sua posição canónica.
Na frase «A gente vive sem comida, sem cerveja nunca.», foi eliminado o verbo «viver», que fica subentendido (A gente vive sem comida, sem cerveja nunca vive.): a vírgula após «cerveja» é necessária, pois «Emprega-se a vírgula no interior da oração para indicar a supressão de uma palavra (geralmente o verbo) ou de um grupo de palavras:
Chuva, névoa, desconforto,
A imagem da minha vida! (António Botto, Ódio e Amor)»¹
Fontes:
¹ CUNHA, Celso & Luis Filipe Lindley CINTRA. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Ed. J. Sá da Costa,1984