No exemplo dado pela consulente, estamos perante o emprego do sufixo aumentativo –ão.1 No caso particular de casarão, trata-se de uma variante sufixal, tal como podemos verificar se consultarmos o Dicionário Houaiss a respeito do sufixo -ão: «suf. encorpados em -ão, dimensivos ou afetivos, de fraca ocorrência: -chão (bonachão), -gão (espadagão, latagão, portagão, selagão), -strão (falastrão), -tão (borratão, mocetão, pobretão), -jão (varejão <vara), -rão (brancarão, casarão, laçarão, lambarão, laparão).»
Por sua vez, o sufixo nominal –eira na palavra pedreira, apresentada pela consulente, surge «quando se aglutina a um radical para dar origem a um substantivo ou a um adjetivo: pont-eiro, pont-inha, pont-udo (cf. Cunha e Cintra, p. 90). Neste caso em particular, o radical pedr- junta-se ao sufixo nominal –eira, formando um substantivo feminino de outro substantivo (pedra)2 com o sentido de «lugar ou rocha de onde se extrai pedra» (in Dicionário Eletrônico Houaiss).
1 A este respeito leia-se Cunha e Cintra (3.ª edição, p. 91):
«1. –ão. É por excelência, o formador de aumentativos em português. Pode juntar-se a radicais de substantivos (papel-ão), de adjetivos (solteir-ão) e de verbos (chor-ão), quer directamente, como nos exemplos citados, quer por intermédio de consoantes de ligação (chape-l-ão) ou de outros sufixos (-alho, -arro, -eiro, -il), donde os sufixos compostos –alhão (grand-alhão), -arrão (gat-arrão), -eirão (voz-eirão), -ilão (com-ilão). Advirta-se também que, nos aumentativos em –ão, o género normal é o masculino, mesmo quando a derivante é feminina. Assim:
a parede – o paredão uma mulher – um mulherão.»
2 Celso Cunha e Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo, 3.ª edição, 91) observam que nem sempre o sufixo aumentativo se junta ao radical de um substantivo, podendo haver derivações feitas sobre radicais adjectivais (ricaço, de rico; sabichão, de sábio) e também sobre radicais verbais (chorão, de chorar; mandão, de mandar).