O predicativo do sujeito é, segundo o Dicionário Terminológico, a «função sintática desempenhada pelo constituinte […] que predica algo acerca do sujeito», atribuindo-lhe uma propriedade/ caraterística, uma localização temporal ou espacial.
Neste âmbito, os constituintes com a função de predicativo do sujeito poderão ter naturezas muito distintas, indo de uma palavra isolada (1) a uma oração (2):
(1) «Ele está cá.»
(2) «Ele é o que melhor conhece os nossos hábitos mais antigos.»
Como se observa pelas frases acima, a extensão do constituinte não é um critério para identificação desta função sintática (ou de outra qualquer), mas sim a sua relação com o sujeito e a presença de um verbo copulativo.
Para delimitar o constituinte com função de predicativo do sujeito, teremos de identificar quais as palavras/grupos de palavras que estabelecem uma relação de maior proximidade. Assim, nas frases apresentadas pelo consulente, podemos sinalizar por meio de parênteses retos os constituintes que detêm maior proximidade e que, por essa razão, desempenham a função de predicativo do sujeito:
(3) «Fiquei [dececionado com o que fizeste].»
(4) «Pareces [um bandido da velha guarda].»
(5) «És [ridículo] quando fazes essas coisas.»
Na frase (3), o sintagma preposicional «com o que fizeste» é complemento do adjetivo dececionado. É no seu conjunto que este grupo de palavras incide, como predicador, sobre o sujeito.
Na frase (4), o grupo preposicional «da velha guarda» é complemento do nome bandido, pelo que mantém com este nome uma relação de proximidade. Logo, é o grupo «um bandido da guarda» que desempenha a função de predicativo do sujeito.
Na frase (5), a oração «quando fazes essas coisas» não está relacionada diretamente com o adjetivo ridículo, antes incide sobre o sintagma verbal «és ridículo». Deste modo, podemos concluir que a oração não está incluída no constituinte que detém a função de predicativo do sujeito.
Disponha sempre!