No caso em apreço, é possível a concordância tanto no masculino como no feminino, embora seja preferível esta última para evitar ambiguidades.
A concordância com sintagmas que incluam uma expressão partitiva como «metade de» pode ocorrer de duas formas. Vejamos o seguinte exemplo:
(i) a concordância faz-se com a expressão «metade de», ficando o adjetivo no feminino singular:
(1) «Metade das alunas estava calma.»
(ii) a concordância faz-se com alunas, ficando a adjetivo no feminino plural:
(2) «Metade das alunas estavam calmas.»
No caso em apreço, embora a concordância se possa fazer tanto com «metade de» como com corpo e uma vez que a expressão partitiva determina uma palavra que refere uma realidade concreta, será preferível a concordância com «metade de». Ao fazer-se a concordância com corpo, a frase poderá expressar a ideia de «corpo na globalidade», o que entra em conflito com «metade de», podendo passar a ideia de que todo o corpo estava frio e não apenas a sua metade. Por esta razão, para garantir a clareza, parece preferível optar pela forma feminina singular do adjetivo:
(3) «A metade do corpo dela estava fria, fria.»
Disponha sempre!