Existem, tal como o consulente refere, cada vez mais documentos digitais na Internet quer em Bibliotecas Digitais, quer em Repositórios institucionais, quer simplesmente em sites, etc.
Nos documentos digitais, há os documentos nado-digitais, ou seja, aqueles que já nasceram em formato digital, como por exemplo um e-mail, um documento gerado e assinado digitalmente, ou um e-book, e os documentos digitalizados a partir de um suporte analógico, sobretudo o papel. Quanto a estes últimos, importa distinguir os documentos de arquivo, como por exemplo uma carta ou um ofício, e os documentos de biblioteca, como por exemplo um livro impresso. Em relação a estes, como o consulente refere e bem, as nossas mais importantes instituições patrimoniais, como o Arquivo Nacional da Torre do Tombo ou a Biblioteca Nacional de Portugal, promovem cada vez mais a digitalização de documentos e livros em formato papel dos respetivos acervos, quer por razões de divulgação quer por razões de preservação e conservação, uma vez que a cópia digital reduz o manuseamento dos originais.
A digitalização de livros é efetuada página a página ou em página dupla. Há formatos de visualização que permitem a leitura em página simples ou em página dupla, equiparando assim a visualização nos dispositivos eletrónicos à leitura e manuseamento dos livros em formato papel. Para esse conjunto de duas páginas não existe, que conheçamos, uma designação específica.
Ao folhear um livro, em formato papel ou eletrónico, o que por norma se visualiza é o verso de uma página par (a da esquerda) e o reto de uma página ímpar (a da direita). Porém, materialmente, às folhas dobradas dos livros que constituem cadernos, os quais são depois cosidos ou colados, chamamos bifólios. Estes bifólios são dobrados e encaixados uns nos outros, o que significa que só visualizamos na íntegra essa unidade física – por vezes chamado «bifólio interno» – no centro do caderno.
Também os jornais e revistas de grande divulgação são compostos por cadernos, geralmente um. Os primeiros são compostos por um caderno solto, as segundas são compostas geralmente por um longo caderno agrafado. Embora haja revistas coladas em que isso não acontece. A página central de grande parte dos jornais e revistas é materialmente um bifólio.
Nos livros encadernados e cosidos, esse bifólio interno é reconhecível por ter a linha ou o fio da costura visível no vinco da dobra. A um documento de arquivo escrito numa única folha dobrada também se chama bifólio.