Os usos em causa são casos de variação, legítimos à luz da norma.
As fontes portuguesas consultadas (dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e o Dicionário Estrutural, Estilístico e Sintático da Língua Portuguesa, de Énio Ramalho) registam «de início», no sentido de «ao princípio» e «no começo». A expressão «de início» apresenta variantes que provavelmente decorrem da analogia com variantes das expressões suas sinónimas: «ao início», «no início»; «ao começo», «no começo», «de começo»; «no princípio», «ao princípio». Assinale-se, porém, que, entre alguns doutrinadores normativos, tem havido por vezes comentários reprovadores do uso de início e iniciar como sinónimos de começo e começar. Mesmo assim, entre outros normativistas, existe há muito a opinião de que não há razão para condenar o uso de início ou iniciar nessas aceções; foi o caso de Vasco Botelho de Amaral (Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas do Idioma Português, 1958, p. 176; mantém-se a ortografia do original):
«Iniciar. Não assiste razão aos que o refutam na acepção de começar, principiar, dar começo, dar princípio, etc., que evidentemente podem variar o estilo. Aliás, o próprio começar é provável que derive de cum initiare, *cominitiare, e, portanto, no mesmo sinónimo entra o verbo criticado. A forma arcaica de começar, començar, ajuda a aceitar a etimologia. E o substituto initium já em latim quer dizer começo. Gil Vicente grafa abinicio (em 1, 9, 197, das Obras, ed. M[endes dos] Remédios), isto é, ab initio, desde a origem, desde o princípio. Morais ensina: "Iniciar... Começar. Mais frequentemente se usa na significação de introduzir alguém nos mistérios secretos de qualquer religião."»
Não se encontra, portanto, razão para condenar o uso de «ao início», «no início» ou «de início». O mesmo se diga acerca do emprego de final em lugar de fim: é aceitável. Por existirem duas palavras sinónimas no mesmo contexto (por exemplo, em associação a expressões de tempo), é natural que se verifiquem oscilações e até modas, durante as quais se usa mais um sinónimo do que o outro, mas, de qualquer forma, não se deve rejeitar final.
Em suma, os usos da consulente estão corretos, mas não há razão para julgar que outras expressões empregadas nas mesmas situações estejam incorretas.