A lógica a que se refere só acidentalmente tem que ver com o que se passa nas línguas. No caso das frases negativas, e só para exemplificar, há-as, como o inglês e o alemão, em que se usa apenas uma palavra negativa (por exemplo, advérbio de negação ou pronome indefinido de sentido negativo, como o nosso ninguém). Outras, como o francês, fazem a negação de uma frase geralmente por meio de duas negativas (por exemplo, «ne...pas», «ne...aucun»). Algumas, como o português, o italiano ou o romeno, utilizam uma ou duas negativas (ninguém veio, não veio ninguém, não comeu nada). Línguas existem ainda, como o latim, em que se nega só com uma negativa e com duas afirma-se: «ullus» (=algum), «nullus» (=nenhum), «nonnullus» (=algum!). Portanto, diga à vontade: Não sei nada ou Nada sei! Não há nada ou Nada há! Nunca lá está ou Não está lá nunca! etc.