Compreende-se a argumentação do consulente, pois a grafia "ianomame" é possível. Porém, não é lida da mesma maneira pelos diferentes falantes de português.
Em Portugal e noutros países, a forma "ianomame" do etnónimo em questão não será lida com i final, mas soará, sim, com um e muito fechado, semelhante ao e átono ou mudo do francês. A forma ianomâmi, que representa uma palavra grave (ou seja, paroxíotna), permite a leitura do i final com as diferentes pronúncias das variedades do português. É esta a forma que se fixou na maioria dos diferentes vocabulários ortográficos disponíveis1.
Os Ianomâmis constituem um grupo étnico indígena que habita entre o nordeste do Amazonas, no Brasil, e a Venezuela. As línguas maternas ou tradicionais dos ianomâmis (ianomâmi, ianomam, ianam, sanumá) formam uma família linguística distinta de outras2.
1 Ianomâmi é a grafia registada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa do Instituto Internacional da Língua Portuguesa e no Vocabulário Ortográfico da Porto Editora (disponível na Infopédia). O termo não consta do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa. O Dicionário Houaiss consigna também a forma invariável Yanomami, mas remete para ianomâmi. Acrescente-se que neste dicionário têm também entrada ianomam e yanomam como forma do nome de um subgrupo do Ianomâmis.
2 Cf. Dicionário Houaiss. Para mais informação, ler em inglês "Yanomamam languages" (Wikipédia).
Cf. Cidades brasileiras cujos nomes têm origem no tupi-guarani