Do ponto de vista dos atuais padrões de formação de palavras em português, não há unanimidade sobre a formação de floresta.
Com efeito, do ponto de vista histórico, este vocábulo aparece inicialmente como palavra simples (foresta), mas este é um aspeto do passado da língua, a que os falantes só acedem por conhecimento extralinguístico. Sendo assim, do ponto de vista sincrónico, parece um derivado de flor. Contudo, uma classificação ajustada será considerá-la uma palavra complexa não derivada1, isto é, não se trata de um vocábulo suscetível de ter sido integralmente construído em português, visto que a terminação -esta não configura um sufixo ativo no atual uso da língua portuguesa.
Em Portugal, este tipo de formações vocabulares não é abrangido pelos conteúdos programáticos do ensino básico e secundário. É, portanto, um caso que pode ser mencionado em contexto pedagógico, por exemplo, quando se aborda a família de palavras, mas sem constituir exemplo que se deva selecionar para exercícios estruturais com vista a uma avaliação.
1 Cf. Graça Rio-Torto et al. Gramática Derivacional do Português, Coimbra,2016, p. 262).