A expressão «minha autobiografia» não pode ser considerada um pleonasmo vicioso. Embora o prefixo auto- já indique que se trata de uma biografia escrita pela própria pessoa biografada, o uso do possessivo minha não é necessariamente redundante, podendo servir para enfatizar ou clarificar.
De facto, autobiografia já designa um texto em que o autor narra a história da sua própria vida. Isso significa que, em princípio, a palavra autobiografia já carrega a ideia de que é "minha" (do próprio autor). Porém, o uso do possessivo pode ser útil em determinados contextos para evitar ambiguidades. Por exemplo, ao dizer-se «a minha autobiografia», estamos a diferenciar a nossa autobiografia de outra autobiografia – «a autobiografia do João», ou seja, a de um terceiro. Além disso, há uma distinção importante entre «a minha biografia» e «a minha autobiografia», pois a primeira pode ser um texto biográfico escrito por outra pessoa sobre mim, enquanto a segunda implica que eu próprio sou o autor do texto.
Portanto, embora tecnicamente o possessivo minha não seja indispensável quando nos referimos a autobiografia, o seu uso não constitui um pleonasmo vicioso. Pode ser utilizado de forma legítima para reforçar, esclarecer ou evitar confusões no contexto em que a expressão é usada.